Brasileiros estão mais divididos que o resto da humanidade

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Foto: Amarildo

De cada dez brasileiros, oito concordam que há muita ou considerável tensão no país entre apoiadores de diferentes partidos políticos. O resultado foi apurado numa pesquisa global da Ipsos que investigou a percepção das pessoas a respeito de temas com potencial de gerar tensão e polarização nas sociedades.

A pesquisa foi feita simultaneamente em 28 países com 23.004 entrevistas no total. As pessoas foram provocadas a dizer se enxergavam muita tensão, considerável tensão, pouca ou nenhuma tensão em diversos campos, como nas relações entre ricos e pobres, entre adeptos de diferentes religiões e entre homens e mulheres.

O Brasil ficou acima da média mundial em 11 das 12 questões investigadas. Só ficou abaixo da média no questionamento sobre a relação entre imigrantes e pessoas nascidas no próprio país.

Entre os brasileiros, o caso mais exacerbado foi o de apoiadores de diferentes partidos políticos, com 83% de respostas positivas (entrevistados que enxergam muita ou considerável tensão nesse campo).

Os países com as maiores taxas nesse quesito foram Coreia do Sul, com 91%; Estados Unidos, com 90%; e Hungria, 88%. O menor percentual, local com a mais baixa percepção de tensão entre adeptos de diferentes partidos, foi observado no Japão, com 31%. A média mundial foi de 69%.

Para os brasileiros, o segundo campo em que há mais tensão entre os temas investigados é nas relações entre ricos e pobres, com 79% ante 74% da média mundial. Em terceiro lugar ficou a questão sobre diferentes classes sociais, com 77% (confira nos gráficos ao lado).

Diretor do segmento de opinião pública da Ipsos no Brasil, Helio Gastaldi afirma que os resultados apurados na pesquisa refletem a circunstância de exagerada polarização partidária no país, fenômeno que, na sua avaliação, vai se espairando pela sociedade.

“Na última eleição para presidente, em 2018, esse elemento ganhou contornos muito bem definidos. A estratégia de comunicação do grupo que foi bem sucedido eleitoralmente e agora está no poder não é a de buscar o diálogo, o convencimento, o consenso. O padrão de comportamento desse grupo é o de colocar o adversário político como inimigo. Atuam como se fosse uma guerra”, afirma Gastaldi

“Na guerra vale tudo. E os objetivos são outros: é aniquilar o inimigo, acossar, rotular e restringir ao máximo sua atuação. As pessoas que simpatizam com esse grupo assimilam esse padrão de comportamento e depois reproduzem isso em outros campos.”

Para o pesquisador, as redes sociais tiveram “papel decisivo” na intensificação dessa tendência. Com enorme capilaridade e algoritmos que atuam para aproximar pessoas com os mesmos interesses, as redes acabam virando ambientes propícios para a promoção de exacerbações, diz “Temo que essa situação ainda vá piorar, que ainda não tenha sido atingido o auge da fervura.”

Divulgada só agora, a pesquisa “Culture wars around the world: how countries perceive divisions” (Guerras culturais ao redor do mundo: como os países percebem as divisões) coletou respostas de 1.000 pessoas no Brasil de 23 de dezembro de 2020 a 8 de janeiro de 2021 via questionário online. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos.

Valor Econômico

 

 

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