Capitã Cloroquina chama Luana Araújo de “farsante”
Foto: Edilson Rodrigues/Ag. Senado
Uma auxiliar direta da médica Mayra Pinheiro no Ministério da Saúde passou a usar o mesmo canal de WhatsApp em que divulga ações da pasta a jornalistas para propagar ataques contra a infectologista Luana Araújo, que prestou depoimento na CPI da Pandemia na semana passada. E com direito a uma insinuação sexista.
A assessora da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, que ficou conhecida como Capitã Cloroquina pela defesa do medicamento contra a Covid-19, espalhou aos seus contatos uma mensagem com um pedido para que “por favor, divulguem essa Verdade, ajudem a desmascarar essa farsante imposta pela mídia criminosa!!!”.
O texto ironiza o currículo de Luana, infectologista formada pela UFRJ e mestra em saúde pública pela universidade Johns Hopkins que foi escolhida pelo ministro Marcelo Queiroga no mês passado para comandar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, mas dispensada dias depois de ter a nomeação barrada pelo Palácio do Planalto.
A mensagem da auxiliar de Mayra diz que “a nova sumidade em COVID-19 eleita pela mídia e bajulada pela escória do Senado Federal” é cientista “com ZERO trabalhos publicados” e pesquisadora “SEM currículo no Lattes”.
Além disso, continua o texto, Luana reside em Minas Gerais, mas não possuiria inscrição no Conselho Regional de Medicina do Estado, “de onde se intui que tratou ZERO pacientes com COVID”, e, “como infectologista, trabalhou no Departamento Municipal de Controle de Infecções de Nova Mutum, no Mato Grosso no ano de 2017”.
A frase final usa da aparência da quase secretária para sugerir que ela poderia posar para uma revista masculina ou se candidatar nas próximas eleições:
“Bonita, bem articulada, arrogante e lacradora. Se fosse os anos 90, seria capa da próxima Playboy. Como estamos no século XXI, será a próxima candidata do PSOL”.
Procurada pelo Radar, a assessora do Ministério da Saúde disse acreditar que qualquer opinião e ou “repost” nos seus perfis pessoais, ou mesmo por WhatsApp, “representam tão somente opiniões pessoais minhas, sobre os mais variados assuntos, incluindo política”. “Não há o que comentar”, finalizou.