Governador do ES descarta aliança entre PSB e PT

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Foto: Reprodução/ Internet

Em entrevista ao Metrópoles, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), afirmou que o Partido Socialista Brasileiro busca “unir forças” para “apresentar uma alternativa que saia da polarização” nas eleições presidenciais de 2022. A sigla é uma antiga aliada do Partido dos Trabalhadores (PT) e do ex-presidente Lula.

“É bom que, nessas eleições de 2022, a gente extrapole um pouco os nossos campos ideológicos. Mantida nossa característica partidária, de um partido progressista, de centro-esquerda, o PSB pode dar uma contribuição para ampliar o debate. O momento exige um comportamento diferente”, afirmou.

Para Casagrande, a polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “empobrece a política”. O governador defendeu uma “junção de partidos” para “construir um outro projeto para a sociedade brasileira”. Entre as siglas citadas: PDT, PV e PSDB. O político disse ainda que, nesse intuito, dialoga com o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) e com o presidente do Democratas, ACM Neto.

Sobre uma possível adesão do PSB à candidatura de Ciro Gomes (PDT), Casagrande afirmou ser uma possibilidade, mas disse que ainda não é o momento de “focar em nomes”. “Tentamos trabalhar uma junção desse centro, um pouco mais a esquerda, um pouco mais a direita”, detalhou.

O governador do Espírito Santo disse temer que a convocação de chefes de Executivos locais pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 abra precedentes e se torne um “costume”. Casagrande destacou que a iniciativa pode suscitar “batalhas políticas locais”.

Na última semana, a CPI da Covid-19, instaurada no Senado Federal para investigar omissões do governo federal no combate à pandemia, convocou nove governadores. Apesar de não estar na mira dos parlamentares, Casagrande assinou a ação apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a convocação dos gestores dos estados.

“É preciso que a gente faça essa separação. Quem pode convocar governador é Assembleia Legislativa, quem pode convocar prefeito é a Câmara de Vereadores. Essa separação é fundamental, por isso a gente foi à Justiça, para evitar que se torne uma disputa política permanente”.

O governador do Espírito Santo falou sobre os repasses do governo federal aos estados, em 2021, para auxiliar no combate ao novo coronavírus. O gestor disse “não tirar a importância dos recursos”, mas destacou que os montantes apresentados pelo governo federal são “falsos”.

“No Espírito Santo, nós recebemos R$ 1,4 bilhão. Não R$ 16 bilhões [como afirmam]. Um bom volume de recursos. Não estou aqui tirando a importância dos recursos repassados em 2021. Só que, institucionalmente, o setor de comunicação do governo federal passou a acrescentar a esse valor os repasses do Fundo de Participação dos Estados, de royalty de petróleo, do auxílio emergencial. Parte é repasse obrigatório, constitucional”, afirmou.

Na entrevista, Casagrande também falou do combate ao novo coronavírus no Espírito Santo, da preocupação com a variante indiana e com uma possível terceira onda da Covid-19, e das iniciativas de governadores para adquirir vacinas.

Metrópoles