Maior prêmio de jornalismo do mundo vai focar pandemia e racismo

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Darnella Frazier/AFP

O prêmio Pulitzer, um dos mais importantes do jornalismo mundial, anunciou nesta sexta (11) seus vencedores, com foco na cobertura dos protestos antirracismo e da pandemia de coronavírus.

A adolescente Darnella Frazier, 18, recebeu uma menção honrosa por “corajosamente filmar a morte de George Floyd”, segundo o comunicado oficial. No site, os organizadores ressaltaram a importância da contribuição dos cidadãos para a “busca da verdade e da justiça” no jornalismo.

Com duas premiações cada um, o jornal americano The New York Times e a agência de notícias The Associated Press foram os maiores vencedores do ano.

Na categoria de Serviço Público, o NYT foi premiado por sua cobertura “corajosa”, “visionária” e “extensiva” da pandemia, que deu ênfase às desigualdades sociais e raciais no sistema de saúde americano.

Individualmente, Wesley Morris, da equipe da New York Times Magazine, ganhou o prêmio de Crítica por seu trabalho “engajado”, “brincalhão” e “profundo” da intersecção entre raça e cultura nos Estados Unidos.

Esse é o segundo prêmio Pulitzer do crítico, que foi homenageado em 2012 na mesma categoria enquanto trabalhava para o jornal americano Boston Globe.

A Associated Press, por sua vez, foi homenageada na categoria de Fotojornalismo de Noticias Urgentes durante a cobertura da reação americana pela morte de George Floyd, um homem negro que morreu sufocado por um policial branco em março do ano passado. A morte de Floyd mobilizou milhares de americanos a protestarem nas ruas e abriu espaço para o avanço da luta antirracismo nos Estados Unidos.

E, por uma série fotográfica que retrata as vidas de idosos impactados pela Covid-19 na Espanha, o jornalista Emilio Morenatti, fotógrafo-chefe da Associated Press na Espanha e em Portugal, ganhou o prêmio de Fotografia Especializada.

Jornalista da agência desde 2004, Morenatti já cobriu as guerras do Afeganistão e do Paquistão e o conflito entre Israel e a Palestina.

Na categoria de Cobertura Internacional, o BuzzFeed ganhou o seu primeiro prêmio Pulitzer pela série de reportagens “claras” e “envolventes” sobre a perseguição aos uigures na China, que contou com o uso de múltiplos recursos, incluindo imagens de satélite.

Outros ganhadores do ano incluíram o Boston Globe, na categoria de Cobertura Investigativa, que revelou em agosto de 2020 que caminhoneiros cometiam infrações nas estradas americanas sem sofrer punições altas. Esse foi o 27º prêmio Pulitzer do jornal, conhecido por sua investigação sobre casos de pedofilia na Igreja Católica retratada no filme “Spotlight: Segredos Revelados” (2015).

Também foi premiado o jornalista científico Ed Yong, da revista americana The Atlantic, por Cobertura Explicativa da Covid-19 nos Estados Unidos, que, de acordo com organizadores do prêmio, foi “lúcida” e “crucial”. Antes de trabalhar na revista, Young já tinha tido seu trabalho publicado no NYT e na revista National Geographic.

O jornalista Robert Greene, do Los Angeles Times, também foi premiado por seu trabalho que examina o sistema de justiça criminal da região, incluindo tópicos como o policiamento, a reforma de fiança e as prisões. A vitória de Greene representa o 48º Prêmio Pulitzer recebido pelo jornal. ​

Criado em 1917 para homenagear jornalistas, o prêmio Pulitzer já sofreu múltiplas mudanças desde o seu primeiro evento, como o reconhecimento de histórias publicadas online quando jornais migraram para o meio digital, e a inclusão de categorias não jornalísticas, como música e ficção.

Folha