PF terá que informar CPI se Bolsonaro denunciou superfaturamento de vacina

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Foto: Jefferson Rudy / Jefferson Rudy/Agência Senado

A CPI da Covid entrou em contato com a Polícia Federal para saber se o presidente Jair Bolsonaro repassou à PF o alerta de que havia suspeita de corrupção no contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin. O comunicado foi feito em março por um servidor do Ministério da Saúde e revelado pelo GLOBO. O imunizante é produzido pela Bharat Biotech e representado no Brasil pela farmacêutica Precisa. O presidente da comissão, Omar Aziz informou ainda que pedirá a quebra de sigilo da empresa Madson Biotech, apontada como laranja em um suposto esquema de corrupção.

— A partir de agora, tem-se um novo caminho para investigar. A demora para adquirir algumas vacinas não ocorreu para todas. Há uma diferença de tratamento muito grande. Ele (servidor) diz que Pazuello foi demitido porque não aceitava corrupção. Ele está dando uma informação ao Brasil — disse Aziz.

— Acabei de pedir pra o delegado da PF que peça ao diretor-geral para saber se houve inquérito para investigar essa questão da Covaxin. Se o presidente foi avisado pelo servidor e tomou providências, ótimo. Se não tomou, é preocupante — completou Aziz.

Vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues afirmou ao GLOBO que o depoimento do servidor da Saúde inicia uma nova fase nos trabalhos da comissão:

— A existência de corrupção nos contratos do governo vira o foco. Esse depoimento traz o presidente definitivamente para o foco das investigações. Vamos aprofundar pois existem indícios mais do que claros de um enorme esquema de corrupção, inclusive com empresa laranja com sede em Cingapura, o que é indício de lavagem de dinheiro. É a empresa Madson Biotech.

Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) também comentou a denúncia do servidor da Saúde:

— Parece grave, tanto que irão depor já na sexta-feira. Essa negociação com a Precisa é escandalosa sobre todos aspectos.

O Globo