PMs cegaram cidadão que passava e negaram socorro

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Foto: ARTHUR SOUZA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Imagens inéditas divulgadas com exclusividade pelo portal G1 mostram o adesivador de táxis Daniel Campelo (foto em destaque), de 51 anos, pedindo socorro a policiais militares após perder o olho por um tiro de bala de borracha, no último sábado (29/5). Os agentes, no entanto, negaram socorro ao trabalhador.

O cineasta Pedro Severien e o fotógrafo Hugo Muniz afirmaram que ficaram horrorizados com a manifestação e o “cenário de guerra” após a PM disparar balas de borracha e gás lacrimogêneo.

“Estava tudo muito na paz, tudo muito tranquilo, de repente se tornou um cenário de guerra. Está sendo muito difícil ainda digerir tudo isso que aconteceu. Você vê as imagens circulando por aí e […] você volta para aquele momento, aquela situação”, afirmou Muniz.

Muniz capturou o momento em que Daniel Campelo pede ajuda aos policiais, com o olho ensanguentado após ser atingido pelo disparo.

“Eu estava fotografando alguma situação quando, de repente, eu escutei alguns disparos de tiro. Eu olhei na ponte e estava Daniel no chão com a mão no olho, gritando e pedindo ajuda. […] Ele falava que era pai de família, que era trabalhador. O desespero daquele momento foi muito complicado, foi difícil conseguir presenciar aquele momento”, contou o fotógrafo.

Nas imagens, Campelo surge ao lado de uma mulher, que o ajudava a sair do local onde foi atingido pelos militares. O comerciante não participava do protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em Recife.

Daniel Campelo perdeu o olho esquerdo durante ação da polícia no protesto, que deveria ser pacífico, contra o presidente Bolsonaro. Ele passou por uma cirurgia e acabou perdendo um dos olhos.

O trabalhador, no entanto, não participava do protesto. Ele foi ao centro de Recife para trabalhar, quando foi atingido pela barricada da polícia.

A ação violenta da polícia foi alvo de críticas por parte de políticos e entidades. Isso porque manifestantes afirmaram que a reação de agentes foi desproporcional com o protesto.

Metrópoles