Protestos contra Bolsonaro cresceram de 227 para 457
Foto: Ricardo Stuckert
Milhares de manifestantes voltaram às ruas no sábado para protestar contra o governo Jair Bolsonaro e pedir o impeachment do presidente. Com 500 mil mortes pela covid-19 registradas no Brasil, os atos contra Bolsonaro e em defesa da vacinação foram engrossados por centrais sindicais, partidos da oposição e por movimentos populares. Os protestos foram registrados nos 26 Estados e no Distrito Federal, e em cidades do exterior.
Foi o segundo ato pelo impeachment do presidente em menos de um mês. No 29 de maio, também houve protestos por todo o país com milhares de pessoas nas ruas contra Bolsonaro. Segundo os organizadores, houve maior adesão aos protestos do sábado em comparação aos de maio. A Polícia Militar, no entanto, não fez estimativas em São Paulo nem no Rio de Janeiro, por exemplo, onde foram realizadas grandes manifestações. Em maio, os organizadores disseram que foram 227 atos. Agora, 457.
Além do impeachment, foram feitos pedidos por mais vacinas, pela erradicação da fome, por mais empregos e mudanças no auxílio emergencial, para atender mais pessoas e com um valor maior. Um dos lemas das manifestações foi “vacina no braço e comida no prato”.
A participação de políticos de partidos de oposição foi maior, com integrantes do PT, Psol, PSB, PDT, PCdoB e PCB.
Em São Paulo, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o líder do MTST, Guilherme Boulos (Psol), que disputaram contra Bolsonaro em 2018, discursaram. Milhares de pessoas ocuparam ao menos nove quarteirões da avenida Paulista. Os mais de 500 mil mortos pela covid-19 foram lembrados em cartazes e faixas.
Em muitos deles, Bolsonaro foi chamado de genocida. Segundo os organizadores, 100 mil pessoas participaram – ante 80 mil em maio. Em Pernambuco, os manifestantes protestaram também contra a violência policial que marcou o ato anterior e fizeram um abraço simbólico. Mesmo sob chuva, o protesto teve maior adesão do que em maio.
No Rio de Janeiro, lideranças de partidos de esquerda falaram no fim do ato e pressionaram pela vacinação em massa contra a covid-19. Os representantes dos partidos e de movimentos populares defenderam mais mobilizações para derrubar Bolsonaro e pregaram a construção de uma frente de esquerda. Houve críticas também à privatização da Eletrobras. Segundo os organizadores, cerca de 70 mil participaram, mais do que os 50 mil em maio. Entre os presentes, estava o cantor Chico Buarque.
Em Brasília, representantes do movimento indígena também participaram. O protesto fechou o Eixo Monumental e manifestantes pediram mais vacina, investimentos em educação, demarcação de terras indígenas e o “Fora Bolsonaro”.