Setor de serviços não se recupera da pandemia

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Foto: Marcela Mattos/Ofotográfico

A economia brasileira está em recuperação. E, para que a roda gire com mais força, o crescimento do principal setor produtivo é um bom sinal. O volume de serviços cresceu 0,7% em abril, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 11. Com o resultado, o setor recuperou uma parte da perda registrada em março, quando voltaram as medidas restritivas para conter a Covid-19, mas ainda está 1,5% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado, período pré-pandemia.

Apesar de positivo, o resultado não foi disseminado entre as atividades. Dos cinco grupos pesquisados, apenas dois cresceram. Um é o de informação e comunicação (2,5%), impulsionada pelos segmentos de tecnologia da informação e telecomunicações. O outro é o de serviços prestados às famílias (9,3%), liderados, principalmente, pelos restaurantes.

“Esse resultado dos serviços prestados às famílias deve ser relativizado, já que em março eles caíram 28,0%, no momento em que houve decretos estaduais e municipais que restringiram o funcionamento de algumas atividades para controle da disseminação do vírus. Isso fez o consumo reduzir significativamente naquele mês, então em abril houve um crescimento maior por conta da base de comparação muito baixa”, analisa o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços, Rodrigo Lobo.

Entre as outras atividades, os serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,6%, segunda taxa negativa seguida no período março-abril (-2,0%). Outros serviços também caíram 0,9%, eliminando pequena parte do ganho acumulado de 6,2% entre fevereiro e março. Já o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio ficou estável (0,0%), após ter recuado 3,1% em março.

Na comparação com abril de 2020, o volume de serviços avançou 19,8%, segunda taxa positiva seguida e a mais intensa da série histórica, iniciada em janeiro de 2012. Vale lembrar que, dos setores da economia, o de serviços foi o que sentiu mais o impacto da crise provocada pela Covid-19, principalmente as atividades que dependem de atendimento ao público.

O crescimento interanual foi influenciado, em grande medida, pela baixa base de comparação, já que em abril do ano passado o setor de serviços havia recuado 17,3%. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (30,7%) tiveram a principal contribuição positiva sobre o volume total de serviços, impulsionados pelo aumento de receita das empresas de transporte rodoviário de cargas, gestão de portos e terminais, rodoviário coletivo de passageiros, transporte aéreo, concessionárias de rodovias, correio nacional e operação de aeroportos.

Já no acumulado do ano, o setor cresceu 3,7%, interrompendo três quadrimestres seguidos de taxas negativas. Em 12 meses, ao passar de -8,0% em março para -5,4% em abril, manteve a trajetória ascendente iniciada em fevereiro.

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