Tratamento de fungo negro é altamente dispendioso

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Foto: Eduardo Anizelli

O surgimento de casos suspeitos de mucormicose em pacientes com Covid-19 no Brasil acende preocupações e joga luz também sobre o custo do tratamento da doença, conhecida popularmente como “fungo negro”.

As intervenções, cirúrgicas e com medicamentos, exigem internações prolongadas. As drogas usadas para combater o fungo chegam a custar R$ 10 mil por dia. E precisam ser aplicadas por cerca de 45 dias. Apenas com medicamentos, sem contar cirurgia e internação, são necessários recursos de R$ 450 mil.

De acordo com o médico Marcello Magri, da clínica de moléstias infecciosas e parasitárias do Hospital das Clínicas de SP, os custos acabam sendo cobertos pelo paciente, pelo plano de saúde ou pelo SUS, que fornece uma das formulações da Anfotericina, indicada no tratamento.

Na Índia, em que 9 mil pacientes com Covid-19 tiveram o “fungo negro”, a droga chegou a esgotar.

A doença, no Brasil, é extremamente rara: até agora, quatro casos estão sendo investigados sob suspeita de associação com a Covid-19.

A mucormicose é fulminante e fatal. Ela necrosa os tecidos da face, atingindo nariz, olhos e podendo invadir o cérebro. A região atingida escurece —daí a doença ser popularmente chamada de “fungo negro”, nome que não é adotado pela ciência nem pelos médicos.

Para evitar o óbito, os médicos têm que realizar complexas cirurgias que muitas vezes implicam na retirada dos olhos e até mesmo de um pedaço do cérebro. A pessoa fica mutilada. Cerca de 50% não resistem e morrem.

Folha de S. Paulo