Bolsonaro critica “semipresidencialismo”
Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
O presidente classificou nesta quinta-feira como “besteira” a proposta de alterar o sistema de governo brasileira para o semipresidencialismo. A proposta de passar parte dos poderes do presidente para um primeiro-ministro é defendida, entre outras autoridades, pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e teria validade a partir das eleições de 2026.
— Alguns falam em semipresidencialismo para 2027. Isso é besteira — disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada.
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi elaborada pelo deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), mas ainda não tem as 171 necessárias para começar a tramitar.
Na semana passada, Arthur Lira defendeu a discussão do texto e afirmou que isso poderia diminuir a “instabilidade crônica” do país.
“Acabou a época de projetos esquecidos nas gavetas. E o semipresidencialismo é mais um desses. Surgiu antes da crise atual. Não é invenção minha. Podemos, sim, discutir o semipresidencialismo, que só valeria para as eleições de 2026, como qualquer outro projeto ou ideia que diminua a instabilidade crônica que o Brasil vive há muito tempo”, escreveu Lira no Twitter.
A proposta elaboradora Samuel Moreira prevê a mudança no sistema de governo ainda em 2022, mas abre a possibilidade para alterações. Na linha do presidente da Câmara, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso defendem que o novo sistema seja adotado só a partir das eleições seguintes.
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro também comento o relatório da organização não-governamental Artigo 19 que mostrou que Bolsonaro emitiu 1.682 declarações falsas ou enganosas em 2020. O documento também aponta ataques de Bolsonaro à imprensa e mostra uma queda no nível de liberdade de expressão no mundo em geral e no Brasil: o país obteve apenas 52 pontos numa escala que vai de 0 a 100.
— Em 2020, fiz 1.682 ataques à imprensa. Parece que lá a imprensa é um convento. Só tem freiras e monges. Mas eles acusam a gente do que eles são — disse o presidente, confundindo os números.
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