Bolsonaro segue esticando a corda com o TSE
Foto: Marcos Correa / Marcos Corrêa/Presidência
O presidente Jair Bolsonaro fez um novo ataque nesta quinta-feira ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao sistema eleitoral ao dizer que a apuração dos votos não pode ser feita por “meia dúzia de pessoas, de forma secreta” em uma “sala lá do TSE”.
Bolsonaro promete desde março de 2020 apresentar provas de fraude na eleições, mas ainda não fez isso. No mês passado, o TSE deu 15 dias para o presidente apresentar evidências de irregularidades na urna eletrônica. Devido ao recesso judiciário, esse prazo vence no dia 2 de agosto.
— Eu não estou acusando servidores do TSE. Eu não posso admitir que meia dúzia de pessoas tenham a chave criptográfica de tudo, e essa meia dúzia de pessoas, de forma secreta, conte os votos numa sala lá do TSE. Isso não é admissível — disse Bolsonaro, em entrevista à rádio Banda B.
A segurança das urnas eletrônicas é garantida por ferramentas tecnológicas, equipamentos físicos e sistemas de auditagem abertos a qualquer cidadão. Uma das formas de garantir a segurança da votação são testes públicos em que “hackers” tentam invadir o sistema das urnas e identificar possíveis vulnerabilidades.
O jornal “O Estado de S. Paulo” publicou reportagem nesta quinta feira afirmando que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, teria feito uma ameaça e condicionado as eleições de 2022 ao voto impresso, proposta defendida por Bolsonaro. De acordo com a publicação, Braga Netto enviou o recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio de um interlocutor que não teve o nome revelado.
Braga Netto, contudo, negou que tenha feito ameaças às eleições e afirmou que a discussão e a decisão acerca do voto impresso cabem exclusivamente ao Congresso Nacional, onde tramita uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o tema.
Já o vice-presidente Hamilton Mourão, apesar de também defender o voto impresso, disse que é “lógico” que o Brasil terá eleições no ano que vem mesmo sem o voto impresso. Mourão disse que o país não é uma “república de banana” e questionou quem iria “proibir eleição”.
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