Bolsonaro vai desmontar superministério para acomodar aliados

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Foto: Adriano Machado/ Reuters

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, acertaram o desmembramento do superministério com a separação das áreas de Trabalho e Previdência. O acerto faz parte da estratégia para reforçar a sustentação política do governo no Senado, onde Bolsonaro tem sofrido forte pressão na esteira do avanço dos trabalhos da CPI da Covid.

Uma costura está sendo feita para o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, ficar como secretário-executivo do novo ministério, que deve ser batizado de Emprego e Previdência e ser comandado pelo atual ministro da Secretaria da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni. Gaúcho, Onyx já manifestou intenção de se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul e pode deixar o governo em 2022.

O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, ficará no lugar de Onyx na Secretaria-Geral. O acerto foi feito ontem, em reunião no início da tarde, entre Bolsonaro e Guedes e novas reuniões no Palácio do Planalto hoje completaram os detalhes. A dança de cadeiras na Esplanada com a reforma ministerial visa abrir a vaga de comando da Casa Civil para o presidente do Partido Progressista, Ciro Nogueira. Com Arthur Lira (também do PP) na presidência da Câmara, Bolsonaro quer fortalecer a espinha dorsal de apoio ao seu governo, que prepara medidas para geração de emprego e o novo programa Bolsa Família para reverter a queda de popularidade.

“Já estamos criando 1 milhão e 300 mil empregos [formais] nos primeiros meses deste ano, e vamos acelerar o ritmo de criação de emprego, inclusive com uma reorganização nossa interna, são novidades que o presidente deve trazer rapidamente”, admitiu nesta quarta-feira, 21, Guedes, em coletiva à imprensa para comentar os números da arrecadação.

A interlocutores, Onyx disse que quer ser a “cara” da retomada do emprego na fase atual de recuperação econômica após a pandemia da covid-19. Na Cidadania, o ministro João Roma prepara o anúncio no novo programa social e, no Ministério da Saúde, o ministro Marcelo Queiroga trabalha para acelerar a vacinação – formando o tripé de ação do governo para os próximos meses com a perspectiva de aceleração da agenda econômica no Congresso, inclusive, com a aprovação do projeto de reforma do Imposto de Renda.

O superministério de Paulo Guedes é formado pelos antigos ministérios da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio Exterior, além de Trabalho e Previdência. A pressão para a divisão aumentou depois do acordo político com o Centrão e a eleição para as presidências da Câmara e do Senado.

Guedes já havia dito nos bastidores que preferia ceder a pasta de Trabalho e Previdência, porque a reforma da Previdência foi aprovada. Mas o ministro não quer abrir mão das áreas do Planejamento e Indústria e Comércio Exterior.

Com planos de acelerar sua agenda econômica no Congresso, o ministro precisa do apoio das lideranças do Centrão depois que a pauta econômica ganhou tração, no primeiro semestre, no Congresso, sobretudo na Câmara, sob o comando de Lira. Guedes tem repetido que a “agenda voou” na Casa após a eleição do deputado para o posto.

Na transição de governo, em 2018, depois da vitória do presidente Jair Bolsonaro, já havia articulação política para que Guedes não ficasse com um ministério tão grande.

Entre os articuladores da pressão, à época, estava o próprio Onyx, que foi ministro da Casa Civil no início do governo Bolsonaro. Atual ministro da Secretaria-Geral do governo, Onyx tem equipe própria que o acompanha pela Esplanada. Além de ministro da Casa Civil e da Secretaria de Governo, ele comandou o Ministério da Cidadania.

Estadão  

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