Copa América pode ter trazido nova cepa ao Brasil
Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, considera que a Copa América, do ponto de vista sanitário, foi realizada com “sucesso” no Brasil, apesar dos casos positivos registrados nas equipes esportivas e o risco da chegada de nova variante do coronavírus ao país.
“Tivemos sim uma prova de que é possível compatibilizar, mesmo dentro de uma ambiente pandêmico, a prática de outras atividades que são importantes. O país não pode ficar o tempo inteiro parado senão a gente não tem arrecadação de impostos e orçamento que aqui é reclamado. Não vai chegar é verba nenhuma”, disse o ministro ao participar, por videoconferência, de audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
Para o ministro, um protocolo sanitário como o usado na Copa América deve ser considerado no planejamento de retomada de outras atividades, com as aulas presenciais nas escolas.
“Através de um protocolo rigoroso conseguimos realizar o evento com sucesso. Ao contrário do que se dizia, que a pandemia seria descontrolada por conta da Copa América, o que assistimos foi uma melhora dos indicadores econômicos”, afirmou Queiroga.
No caso da Copa América, o ministro afirmou que a “grande maioria” dos testes positivos estava relacionado a prestadores de serviço que foram infectados na “comunidade”. Sobre os casos de contágio entre jogadores, Queiroga disse que os atletas foram “adequadamente isolados”.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) dizem que os governos federal, estaduais e municipais podem vir a ser responsabilizados por terem concordado em realizar a Copa América no Brasil e, com isso, facilitado a chegada de uma nova variante do coronavírus no país.
Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, identificou a variante de interesse B 1.216, até então inédita em território brasileiro, em amostras colhidas de dois infectados, um da delegação da Colômbia e outro da do Equador.
Relatório mais recente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) apontou 166 pessoas positivadas para a covid-19, após 22.856 testes realizados até o dia 21 de junho.
Questionado sobre as supostas irregularidades na compra de vacinas, o ministro afirmou que já suspendeu o contrato de aquisição da Covaxin, por recomendação da Corregedoria-Geral da União (CGU), além de já ter destituído dois diretores do ministério, um que chefiava o setor de logística e outro da Secretaria de Vigilância em Saúde.
“Todos, quando tiverem o seus nomes em situação que não fiquem claras, serão afastados (…). Nós queremos transparência na gestão pública. Vivemos um momento muito difícil da saúde pública e é necessário que a autoridade sanitária tenha a credibilidade devida para conduzir a política pública”, afirmou.
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