Divisão entre Boulos e Haddad favorece Alckmin em SP
Foto: Marcos Corrêa/PR
Em São Paulo, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-prefeito da capital Fernando Haddad (PT) aparecem numericamente à frente dos demais candidatos em simulações de primeiro turno da eleição pelo governo estadual feitas pelo Ipespe.
No primeiro cenário testado, Alckmin lidera com 21% das intenções de voto. Atrás há um empate triplo entre Haddad, com 14%, Guilherme Boulos (Psol), 12%, e Paulo Skaf (MDB), 10%.
Sem Alckmin na disputa, Haddad aparece numericamente à frente dos demais com 17%. O também ex-governador Márcio França (PSB) marca 15% ante 12% para Boulos e 11% para Skaf.
Num terceiro cenário, sem Boulos e sem Skaf, há empate técnico entre Alckmin e Haddad, com 22% e 21% respectivamente. O nome do atual governador, João Doria (PSDB), foi testado neste quadro. Ele ficou com 13%.
Com 1.000 entrevistas por telefone com operadores treinados, entre 28 de junho e ontem, a margem de erro do levantamento é de 3,2 pontos quando os resultados são próximos a 50%. Para resultados próximos de 10%, a margem de erro cai para 1,9.
A um ano e três meses da eleição, o quadro político no Estado é de indefinição. Doria almeja disputar a Presidência, mas ostenta apenas 26% de aprovação de sua gestão. Para piorar, tem enfrentado resistência e perdido embates dentro do PSDB nacional. A tendência é que dispute prévias com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (CE) e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
Se conseguir viabilizar sua candidatura ao Planalto, Doria gostaria de ter seu atual vice, Rodrigo Garcia, recém-filiado ao PSDB, como candidato a governador. Garcia, porém, marca só 3% ou 5%, conforme o cenário.
Parceiro estadual eleitoralmente mais forte para Doria seria Alckmin, mostram os números. Mas o ex-governador enfrenta dificuldade no PSDB local. Cogita-se que poderia disputar a eleição por outra sigla, como PSD ou PSL.
Com bom desempenho em 2018, França é outra fonte de incerteza. Ele já disse que aceitaria ser vice de Alckmin, posto que ocupou na época que o tucano comandava o Palácio dos Bandeirantes. É cotado ainda como possível candidato a senador. No plano nacional, porém, o PSB, ensaia uma ampla aliança com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No campo da esquerda o quadro também é de muita dúvida. Com Haddad, é a primeira vez que o PT lidera pesquisa no Estado de São Paulo. Mas Boulos, outro fiel aliado de Lula, já se apresentou abertamente como interessado na disputa pelo governo.
Filiado ao Psol, Boulos teve vistoso desempenho na eleição pela Prefeitura de São Paulo, em 2020, e agora mostra desempenho competitivo na pesquisa para governador. Boulos, porém, divide o mesmo eleitorado com Haddad, o que, em tese, pode criar uma situação que acabe deixando os dois fora do segundo turno.
Presidente do conselho científico do Ipespe, Antonio Lavareda chama a atenção para o desempenho do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (sem partido). Militar ainda pouco conhecido do eleitorado, chega a marcar 6%. Com o engajamento explícito de Bolsonaro em sua campanha, teria espaço considerável para crescer. “A direita bolsonarista parece ter um nome que começa a se destacar”, afirma ele.
O Ipespe também perguntou a respeito da eleição presidencial. Nos dois principais cenários os resultados foram empate técnico entre Lula e Bolsonaro. Na primeira simulação, o ex-presidente marcou 30%, o atual alcançou 29%. Ciro Gomes (PDT) e Doria empataram com 7%. Luiz Henrique Mandetta (DEM) teve 6%.
Quando o candidato do PSDB à Presidência é Eduardo Leite, Lula, Ciro e Mandetta registram ligeiros avanços de 2 ou 3 pontos. Bolsonaro mantém os 29%.
Com 31,7 milhões de votantes, São Paulo abriga 21,7% dos eleitores do país. No primeiro turno de 2018, Bolsonaro obteve 37,5% dos votos totais dos paulistas, um de seus melhores desempenhos no país. “Bolsonaro perdeu quase um quarto de seu eleitorado no maior colégio eleitoral. Isso é relevante”, diz Lavareda.
Em outro capítulo, o Ipespe investigou intenções de voto para senador. O apresentador de TV José Luiz Datena lidera com 23%.
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