Twitter tem avalanche de críticas de políticos contra Braga Netto
Foto: Pablo Jacob / Agencia O Globo
Nas redes sociais, políticos reagiram a denúncia de que o ministro da Defesa, o general Braga Netto, teria feito ameaças às eleições de 2022 e condicionou o pleito ao voto impresso, conforme mostrou reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’. O líder da oposição na Câmara, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que vai propor que o militar seja convocado à Casa para prestar esclarecimentos.
“Não cabe ao Ministro da Defesa querer impor ao Parlamento o que deve aprovar, nem estabelecer condições para que as eleições aconteçam”, escreveu Molon, que continuou: “O papel constitucional das Forças Armadas é garantir os poderes constitucionais, e não subordiná-los. Vou propor que a Câmara convoque o Ministro em Comissão Geral para esclarecer os fatos”.
O papel constitucional das Forças Armadas é garantir os poderes constitucionais, e não subordiná-los. Vou propor que a Câmara convoque o Ministro em Comissão Geral para esclarecer os fatos.
— Alessandro Molon 🇧🇷 (@alessandromolon) July 22, 2021
O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou pelo Twitter que enviou um ofício à Procuradoria-Geral da República para que investigue se o ministro realmente fez ameaças à eleição. De acordo com o “Estadão”, Braga Netto enviou o recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) por meio de um interlocutor que não teve o nome revelado. Tanto o general quanto o parlamentar negaram o ocorrido.
Estou enviando ofício ao PGR para que abra, urgentemente, investigação sobre as graves ameaças à democracia atribuídas ao ministro da Defesa, trazidas hoje pelo @Estadao. Espero que não seja engavetado. pic.twitter.com/N3paxpmvgO
— Humberto Costa (@senadorhumberto) July 22, 2021
Reagindo ao caso, políticos defenderam o sistema eleitoral e a urna eletrônica, que frequentemente é alvo de ataques por parte do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) e seus aliados. O mandatário defende a implementação do voto impresso como formar de auditar a votação — embora o modelo atual já permita isso, diferentemente do que afirma Bolsonaro. Há na Câmara uma proposta para a mudança da urna.
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, criticou a proposta pelo voto impresso. Pelo Twitter, a descreveu como “malsinada” e “anacrônica”. Já o líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), defendeu a urna eletrônica.
“A urna eletrônica elegeu FHC, Lula, Dilma, Bolsonaro e seus filhos. Ela é segura e auditável. Ao questionar a sua transparência, o general Braga Netto alimenta a instabilidade institucional e a desconfiança em relação ao sistema eleitoral”, escreveu Freixo.
O momento é de desmentidos.Claro pois se houvesse confirmação o ministro da defesa teria que ser processado pela prática de crime contra as instituições democráticas. Ao Congresso cabe responder e de forma enfática,votando contra o malsinado e anacrônico projeto do voto impresso.
— Roberto Freire (@freire_roberto) July 22, 2021
1. A urna eletrônica elegeu FHC, Lula, Dilma, Bolsonaro e seus filhos. Ela é segura e auditável. Ao questionar a sua transparência, o general Braga Netto alimenta a instabilidade institucional e a desconfiança em relação ao sistema eleitoral.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) July 22, 2021
No Senado, a líder da bancada feminina, Simone Tebet (MDB-MS), afirmou que é preciso que o Congresso reaja às ameaças ao processo eleitoral. “Basta de relativizar o absolutamente intolerável: ora velada, ora expressa, ditas e depois desditas, as constantes ameaças às instituições, às eleições e à democracia, precisam de reação imediata, clara e direta”, escreveu.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) tratou o caso como “golpe”:
“Se verdadeiras as denúncias trazidas de que o ministro Braga Neto condicionou as eleições de 2022 ao voto impresso são muito graves e colocam as Forças Armadas em clara posição de ameaça à Constituição e à sociedade. Tirar o direito do povo de escolher seus representantes chama-se golpe.
Basta de relativizar o absolutamente intolerável: ora velada, ora expressa, ditas e depois desditas, as constantes ameaças às instituições, às eleições e à democracia, precisam de reação imediata, clara e direta. A constituição nos diz o que fazer. Não é poder, mas nosso dever.
— Simone Tebet (@SimoneTebetms) July 22, 2021
Se verdadeiras,as denúncias trazidas de q/ min Braga Neto condicionou as eleições de 2022 ao voto impresso são muito graves e colocam as FFas em clara posição de ameaça à Constituição e à sociedade. Tirar o direito do povo de escolher seus representantes chama-se golpe.
— Eliziane Gama (@elizianegama) July 22, 2021
Outros que reagiram foram o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Ambos defenderam o sistema eleitoral. E o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, foi incisivo nas críticas a Braga Netto e a Bolsonaro.
“Bolsonaro quer manter a sociedade refém de sua obsessão continuísta. A população não o quer mais, mostram as pesquisas. O Congresso não deve admitir isso. O Senado, a Câmara dos Deputados e o Judiciário não podem ser ameaçados”, escreveu
Já disputei 8 eleições. Ganhei 6. Perdi 2. Fiquei feliz nas que ganhei e triste nas que perdi. Minha tristeza nunca foi por não confiar no sistema eleitoral brasileiro. Ao contrário, só disputei eleições com o sistema atual e ele funciona e tem credibilidade.1/2
— Eduardo Paes (@eduardopaes) July 22, 2021
Não serão ameaças golpistas e autoritárias que vencerão a democracia brasileira. Nossas instituições são sólidas. Teremos eleições em 2022.
— João Doria (@jdoriajr) July 22, 2021
1) A democracia brasileira é alvo de uma gravíssima ameaça, agora revelada. Ameaça armada, tentativa de amedrontar pelo terror. Braga Netto se revela: foi colocado onde está exatamente para isso, para ameaçar as instituições democráticas.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) July 22, 2021
Assinatura
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No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.
O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.
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