Apoiadores de Bolsonaro pediram que “afaste” 10 ministros do STF

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Foto: Evaristo Sá/AFP

O desfile militar promovido ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, foi visto pela imprensa estrangeira como um ataque à democracia e um movimento político sem precedentes desde a redemocratização do país.

O jornal britânico “The Guardian” chamou a parada de “desfile militar da ‘república das bananas’ de Bolsonaro” e lembrou que o ato com veículos blindados circulando pelas ruas de Brasília ocorria enquanto “o Congresso se prepara para votar planos para mudar o sistema de votação do Brasil”.

O jornal afirmou que o desfile foi organizado às pressas e citou especialistas dizendo que o ato não tem precedente desde a restauração da democracia, em 1985.

“(O desfile) se seguiu a uma sucessão de comentários incendiários e antidemocráticos do líder do Brasil, um ex-capitão do Exército de mentalidade autoritária que disse que as eleições presidenciais do próximo ano podem não acontecer se as mudanças não forem aprovadas”, disse o veículo, ao relacionar o ato militar com a queda de popularidade do presidente.

O “Financial Times” classificou o desfile antes da votação como um “ataque à democracia”. “O evento aconteceu horas antes de os legisladores debaterem uma emenda constitucional apoiada por Bolsonaro para mudar o sistema de votação do país antes das eleições presidenciais do próximo ano. (…) Detratores denunciaram isso como uma afronta às instituições democráticas do Brasil”, disse o veículo, ao citar nota emitida por agrupamento de nove partidos de esquerda e centro-esquerda condenando a parada.

“Com sua popularidade diminuindo, com mais de meio milhão de mortes causadas pela covid-19 no Brasil, Bolsonaro continuou criticando o sistema de votação”, lembrou o “FT”. “Na semana passada, o presidente também entrou em confronto com juízes importantes que abriram investigações sobre seus ataques.”

O jornal “The New York Times” afirmou que Bolsonaro tenta deslegitimar a urna eletrônica, o que leva a temores quanto a um golpe de Estado. O jornal também ressaltou que os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro ocorrem à medida em que ele cai nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de 2022.

“Críticos temem que, assim como o (ex-)presidente (dos EUA) Donald Trump convenceu muitos apoiadores de que sua vitória foi roubada em 2020, Bolsonaro esteja preparando as bases para contestar uma derrota eleitoral em outubro de 2022”, disse o “NYT”.

O francês “Le Monde” afirmou que o ato militar promovido por Bolsonaro ocorreu “em meio a uma crise com o Poder Judiciário”.

“Simbolicamente, trata-se de um gesto político muito calculado, uma tentativa de demonstração de força, segundo analistas políticos brasileiros. Foi a primeira vez que o Exército, de onde veio o ex-capitão Bolsonaro, desfilou diante da sede dos três Poderes desde o retorno da democracia em 1985”, lembrou. “Tudo em um clima de crise aberta entre o Poder Judiciário e o presidente brasileiro, que desmorona nas pesquisas, à medida em que se aproxima a eleição presidencial de 2022.”

A agência France Press classificou o desfile militar como uma demonstração de força por parte de Bolsonaro e lembrou que o presidente brasileiro foi criticado pela exibição, que remonta à ditadura militar do Brasil (1964-1985).

Para o espanhol “El País”, Bolsonaro tentou transformar a ação militar em um ato político. O jornal lembrou que a parada foi acompanhada por apoiadores de Bolsonaro, que gritavam “Nossa bandeira jamais será vermelha”, ao se referir aos partidos de esquerda brasileiros. Alguns carregavam uma faixa em que se lia: “Presidente, destitua os 10 do STF”, ao pedir que seja mantido no Supremo apenas Kássio Nunes Marques, indicado à corte pelo presidente.

Valor Econômico  

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