Aumenta ainda mais sigilo sobre processos de Pazuello

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

Apesar de parecer interno recomendando o fim do sigilo de 100 anos ao processo administrativo envolvendo o general Eduardo Pazuello, a Controladoria Geral da União (CGU) decidiu que o Comando do Exército precisa divulgar apenas um extrato do caso. Pazuello foi alvo de uma apuração disciplinar por ter participado no dia 23 de maio de ato político no Rio de Janeiro na companhia do presidente Jair Bolsonaro sem autorização de superiores miliares. O GLOBO havia recorrido à CGU após o Exército ter negado acesso à íntegra dos documentos do processo sob alegação de que havia informações pessoais.

Na resposta ao recurso, a CGU deu ao Exército o direito de manter sob sigilo o processo, determinando que seja divulgado apenas um extrato, uma versão sintética do que está contida apuração disciplinar envolvendo Pazuello. O extrato, segundo a decisão da CGU, deve ser divulgado em até 20 dias.

A decisão deixa de considerar parecer técnico da própria CGU. A auditora que examinou o caso e pediu informações ao Exército sobre a necessidade do siglo considerou que os argumentos da Força não eram suficientes para justificar que o processo ficasse em sigilo por 100 anos. O parecer recomenda que todo o processo fosse divulgado, impondo-se tarjas apenas nos trechos dos textos em que apareciam dados pessoais de Pazuello como CPF, endereço.

Para justificar o sigilo do processo, o Exército havia alegado que a divulgação do caso poderia violar o direito à intimidade do general Pazuello como ameaçaria o princípio de hierarquia e disciplina das Forças Armadas. o Exército sustentou ainda que a divulgação de processo administrativo disciplinar pode afetar “a imagem do superior hierárquico com reflexos na liderança e menoscabo dos preceitos hierárquicos e disciplinares, imprescindíveis à sobrevivência das Forças Armadas”. O superior de Pazuello que examinou o processo e arquivou concluindo que não havia motivo para punição foi o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Ao analisar a alegação do Exército, a parecerista da CGU sustentou que tal argumento não se justificava no caso. “Não se vislumbra que haja restrição de acesso e que a divulgação, no caso concreto, venha a trazer risco aos valores da hierarquia e da disciplina das Forças Armadas ou afetar algum direito da personalidade (intimidade, privacidade, honra, imagem) do militar envolvido, visto que o CEX apurou que não houve transgressão disciplinar e já deu publicidade a esse fato, no meio externo, em nota à imprensa”, diz o parecer.

O documento sustenta ainda que não nenhum dos fundamentos jurídicos apresentados pelo Exército justificam a manutenção do sigilo: “Vale lembrar que conferir publicidade aos documentos que motivaram a decisão, além de atender aos princípios da publicidade e da transparência, atende ao princípio da motivação dos atos públicos, isto porque, é dever da Administração Pública expor os pressupostos de fato e de direito que determinaram a decisão administrativa, do contrário, esta seria desprovida de fundamentação”.

O parecer técnico foi submetido a avaliação de superiores na CGU e a conclusão foi diversa. Na decisão final, a coordenadora-geral de Recursos de Acesso à Informação, Renata Alves de Figueiredo, entendeu que, como processos disciplinares têm seu resultado divulgado em boletim reservado, o processo seria de acesso restrito. A coordenadora-geral ponderou que, no caso de Pazuello, o Exército divulgou nota pública anunciando o encerramento da apuração sem qualquer punição ao militar. Assim, caberia ao menos a divulgação de extrato do processo. A decisão da coordenadora foi seguida pelo ouvidor-geral da União, Valmir Gomes Dias, a quem cabe julgar recursos de pedidos de informação feitos com base na Lei de Acesso à Informação.

O Globo

 

 

Assinatura
CARTA AO LEITOR

O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.

No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog

FORMAS DE DOAÇÃO

1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br

2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única

DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf

DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf