Enquanto a China fecha tudo, nós abrimos

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Foto: AFP

Com um aumento de novos casos de Covid-19 e com transmissão comunitária da variante delta do coronavírus, a China voltou a endurecer restrições, limitou voos e até suspendeu a emissão de passaportes.

Local onde foi identificado primeiro o vírus que já matou mais de 4 milhões de pessoas mundo afora, a China foi também um dos países que melhor conseguiram controlar a pandemia, com apenas 4.636 mortos oficialmente, e um dos primeiros a permitir o retorno à vida normal. Agora, o governo voltou a endurecer o cerco em algumas regiões.

Pequim anunciou que identificou nesta quarta (4) 71 novos casos de transmissão comunitária do vírus, maior número desde o fim de janeiro, e que cresce há cinco dias consecutivos. Entre 20 de julho e a última terça (3), foram registrados 485 novos casos de transmissão local. Ao todo, 17 províncias e municípios relataram esses episódios.

Os números ainda são ínfimos comparados aos de outros países —para se ter uma ideia, o Brasil, por exemplo, registrou só na terça 33 mil novos casos. Mas não por isso o governo respondeu de forma mais branda, temendo os efeitos da nova variante, que fez o número de casos e mortes disparar em países vizinhos, como o Vietnã, e cujos resultados com as vacinas em aplicação ainda são inconclusivos.

Hoje a China tem 144 áreas consideradas de alto ou médio risco de espalhamento do vírus, o maior número desde o pico da pandemia, no começo do ano passado. Para evitar novos surtos, autoridades cancelaram rotas de trem que ligavam regiões com mais restrição à capital, Pequim.

O governo chinês decidiu restringir também as viagens internacionais. Os serviços de imigração deixarão de expedir passaportes e outros documentos para viajar para fora do país temporariamente, afirmou nesta quarta o diretor do departamento de imigração, Liu Haitao.

A maior parte dos casos registrados da variante delta ficam na província de Jiangsu, a leste do território. Nas cidades vizinhas de Nanquim e Yangzhou, que somam juntas mais de 13 milhões de habitantes, o governo suspendeu voos domésticos e viagens de ônibus de longa distância, e táxis foram impedidos de entrar e sair dos limites dos municípios.

Para conter o avanço da doença, a aposta principal são a testagem em massa e o isolamento de infectados. Nanquim, por exemplo, antiga capital da China, já testou a população inteira em três ocasiões.

O mesmo expediente agora vai ser usado em Wuhan, onde o vírus foi identificado primeiro, no fim de 2019, e uma das cidades que mais sofreram com restrições. Toda a população, de 12 milhões de habitantes, está sendo testada, em um processo que durará três dias. Isso porque a cidade identificou a primeira transmissão local da doença desde maio do ano passado. Depois disso, o acesso à zona econômica da cidade foi fechado.

O mesmo será feito em Macau, antiga colônia portuguesa que hoje tem status de região especial, aos moldes da vizinha Hong Kong. O governo da cidade afirmou que também vai testar toda a população, de 680 mil pessoas, depois de detectar quatro casos da variante delta em uma mesma família.

As autoridades macaenses investigam se uma das filhas da família contraiu o vírus em um voo de Zhuhai, cidade vizinha de Macau, para Xiam, na região central da China, em julho. O mesmo voo transportou outras duas pessoas que haviam sido infectadas em Nanquim.

Macau registrou apenas cerca de 60 casos de Covid-19 ao longo de toda a pandemia, em parte pelas medidas duras de fechamento de fronteiras e restrições a chegadas de pessoas vindas da China.

Há indícios de que a variante delta tenha entrado pelo país por outras regiões além de Nanquim. Autoridades de Xangai, grande centro internacional chinês, identificaram uma paciente com a mutação do vírus que não teve contato com pessoas infectadas em outras cidades chinesas nos 14 dias anteriores à infecção.

Outros locais também impuseram restrições, como as cidades de Zhengzhou (que ganhou o noticiário recentemente após as chuvas intensas que mataram mais de 300 pessoas) e Jinzhou (próxima a Wuhan) que fecharam o acesso a alguns bairros e limitaram o transporte público nas áreas de maior risco.

Pontos turísticos em locais com novos casos registrados também foram fechados. A cidade turística de Zhangjiajie, conhecida pelo parque nacional considerado patrimônio mundial pela Unesco, proibiu moradores e viajantes de deixarem a cidade.

As restrições de viagens e novos fechamentos devem ter novo impacto no PIB da China, único grande país a crescer em 2020, ainda que com o pior desempenho em quase cinco décadas. O aumento de casos e as novas medidas fizeram a consultoria Nomura baixar a previsão de crescimento no terceiro trimestre de 6,4% para 5,1%. A previsão do crescimento anual também foi reajustado para baixo, para 8,2%. Segundo a empresa, a política de tolerância zero com o surgimento de novos focos do vírus está ficando cada vez mais cara.

“As medidas draconianas tomadas pelo governo estão provocando o que podem ser as restrições de viagens e lockdowns mais restritivos da China desde a primavera de 2020”, disse a empresa em nota.

Folha de S. Paulo

 

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