Gamers críticos a Bolsonaro são procurados pelos candidatos de oposição

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Foto: Reprodução

Enquanto as pesquisas mostram redução do apoio do eleitorado ao presidente Jair Bolsonaro, outros possíveis candidatos à Presidência da República procuram atrair o voto de um grupo que tem se afastado do bolsonarismo: os jogadores de videogames.

Com lives e ações voltadas a esse público, Ciro Gomes (PDT) e Eduardo Leite (PSDB) são alguns dos que tentam conquistar os gamers, que somam 67 milhões de brasileiros, segundo estimativa da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos.

Além de serem numerosos, os gamers interessam aos políticos porque, em geral, fazem barulho nas redes sociais, geram engajamento e podem ser peças decisivas em campanhas cada vez mais digitais e segmentadas, afirmam especialistas.

— É um grupo que entende a política a partir de uma dimensão passional, de torcida intensa por seu candidato — diz Thiago Falcão, professor de Mídias Digitais na Universidade Federal da Paraíba. — Não se sabe se é um grupo grande a ponto de os votos fazerem a diferença, mas é um grupo eficaz.

A oposição, então, tenta ocupar esse espaço. Vestindo um moletom de Harvard, Ciro anunciou em 24 de julho uma transmissão ao vivo em que trocava seu sobrenome pela palavra “jogos” em inglês: “Ciro Games — A live do Cirão”. A publicação gerou mais que o dobro da média de reações positivas. No dia anterior, ele havia trocado sua foto de perfil por um desenho inspirado em um personagem do desenho japonês Dragon Ball Z.

Também nas redes sociais, Leite tem apostado no crescimento de sua base de seguidores de maneira orgânica, impulsionado pela identificação com o governador jovem e jogador de games como Call of Duty. Ele implementou no estado o programa GameRS, para estimular o desenvolvimento do setor. O tucano também estreou no último mês seu perfil no Tik Tok, rede popular entre os mais jovens, ao som de funk e linguagem recheada de memes.

A ligação com os jogos já havia aparecido nas eleições municipais. Manuela D’Ávila (PCdoB), em Porto Alegre; Guilherme Boulos (PSOL) e Arthur do Val (Patriota), em São Paulo, também incluíram nas atividades de campanha lives jogando ao lado de influenciadores, como Felipe Neto.

As campanhas tradicionais deram lugar a uma comunicação digital difusa, que não se restringe ao horário eleitoral e se vale do humor, memes e da ausência de mediadores, como Bolsonaro faz em suas transmissões semanais, diz Luiza Santos, pesquisadora da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV:

— A direita bolsonarista se antecipou nessa mudança de linguagem, mas há, agora, a percepção de que existe um lugar para se ocupar.

Em 2018, Bolsonaro recebeu apoio declarado de gamers com milhões de seguidores. Ao longo do mandato, anunciou medidas como redução da alíquota do IPI de consoles de 40% para 30% em 2020. Nos últimos meses, porém, vem perdendo apoio. Dois dos maiores influenciadores da área no país, Gabriel Toledo, o FalleN, e Alexandre Borba, o Gaules, viraram críticos do governo.

Nem a identificação do grupo com valores como a militarização e o porte de armas, exaltados em jogos como Counter Stirke, tampouco os acenos do presidente para atender a demandas como a redução do preço de consoles têm ajudado Bolsonaro a manter seu apoio entre os mais influentes da comunidade — seja pela reprovação na condução da pandemia ou pelo impacto negativo que a queda de popularidade pode ter sobre os negócios cada vez mais lucrativos e profissionalizados do setor.

Gaules, que declarou publicamente voto em Bolsonaro em 2018, hoje veta mensagens de apoio ao presidente nos chats de suas transmissões. “Pedir que uma pessoa que não tem a mínima empatia não esteja à frente de uma nação, cara, é o que a gente busca todo dia. Estamos com quantos mortos?”, disse em uma live em junho, em referência à condução da pandemia pelo governo Bolsonaro.

O Globo 

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