Golpe da Covaxin tem ramificação em Dubai
Foto: Reprodução/ Internet
Envolvida recentemente na investigação sobre a compra da Covaxin, a empresa Envexia LLC, com sede em Dubai, receberia entre US$ 0,25 e US$ 0,50 para cada dose da vacina indiana que viesse a ser comprada pelo Ministério da Saúde. Se todo o contrato fosse executado, o que acabou não acontecendo, a empresa poderia faturar até US$ 10 milhões.
A Envexia assinou em novembro de 2020 um contrato com a Precisa Medicamentos, por meio do qual atuaria como intermediária entre a empresa brasileira e a farmacêutica indiana Bharat Biotech, que é a responsável pelo desenvolvimento da Covaxin.
Entre as cláusulas do contrato, ao qual o Valor teve acesso, a Precisa assume o compromisso de buscar as autorizações para aplicação da vacina junto à Anvisa e de conduzir os testes clínicos no Brasil. Já a Envexia, teria a função de providenciar as entregas dos carregamentos do imunizante.
Chama a atenção uma cláusula na qual a Precisa se compromete a nunca entrar em contato, direta ou indiretamente, com a Bharat Biotech, centralizando toda a comunicação na empresa de Dubai, representada no documento pelo diretor Anudesh Goyal, indiano. Outra cláusula prevê que o acordo seja mantido em sigilo, não podendo ser informado nem mesmo à Bharat.
A empresa brasileira informou em nota que, apesar do que dizia o contrato, o compromisso era apenas de que a Envexia “não fosse excluída das tratativas”. Também afirmou que a Envexia “era a representante de comercio exterior da Bharat Biotech com exclusividade de buscar um parceiro para a Covaxin no Brasil”.
A farmacêutica indiana anunciou na semana passada a rescisão do seu contrato com a Precisa Medicamentos. A decisão foi tomada assim que vieram a público informações de que um documento supostamente assinado pela Bharat havia sido forjado e entregue ao Ministério da Saúde.
Isso aconteceu poucos dias antes da assinatura do contrato entre a Precisa e o governo. A Controladoria-Geral da União (CGU) está investigando a falsificação e já anunciou que vai processar a empresa, que poderá ser impedida de fechar contratos públicos.
Em material entregue à CGU, a Precisa alega que os documentos teriam sido fraudados pela Envexia e diz que trocas de mensagens comprovariam essa versão. Poucos dias após a fraude vir à tona, o sócio da Precisa, Francisco Maximiano, viajou para a Índia a fim de resolver o imbróglio.
Como ainda se encontra no país asiático, ele não poderá comparecer ao depoimento na CPI da Covid, que estava previsto para amanhã. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, chegou a falar em pedido de apreensão de passaporte e até mesmo de prisão preventiva para Maximiano.
A imprensa indiana publicou em junho uma reportagem informando que Anudesh Goyal havia sido ouvido por investigadores locais acerca de sua atuação na intermediação do fornecimento de testes de covid-19 para um grande evento no país. A suspeita era de testes falsificados.
O empresário não foi localizado. Ele também se apresenta como diretor da Invex Health, sediada em Mumbai. A empresa não havia se manifestado até o momento da publicação.
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