Jefferson pode ter usado fundo partidário para atacar instituições
Foto: Guilherme Mazui / G1
Na decisão em que manda prender o presidente do PTB, Roberto Jefferson, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou que a Procuradoria Geral Eleitoral, no Tribunal Superior Eleitoral, investigue o uso de recursos públicos do fundo partidário para cometimento de crimes contra a democracia e a divulgação de fake news. Somente neste ano, o partido de Jefferson já recebeu R$ 11,7 milhões de recursos do Tesouro.
“Determinei a expedição de ofícios ao TSE, ao Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, e à Procuradoria-Geral Eleitoral, para as providências cabíveis, em virtude da possível utilização da condição de presidente de Partido Político – com a consequente utilização de recursos do fundo partidário – para incorrer nas condutas ora em análise”, declarou o ministro no despacho.
No ano passado, R$ 18,8 foram milhões distribuídos para a legenda. Como presidente do partido, ele que determina a aplicação desses milhões, cujo uso de acordo com a lei deve ser comprovado depois por meio de prestação de contas ao TSE – prestação de contas que corre o risco de ser flexibilizada agora no Congresso.
Entre os focos do inquérito das milícias digitais – e o das fake news também –, sob o comando de Moraes, está a suspeita de uso de recursos públicos para promover o discurso do ódio, atentados contra a democracia e fake news sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Roberto Jefferson foi preso nesta manhã em sua casa, no município de Comendador Levy Gasparian. De acordo com informações repassadas pelos agentes que efetuaram sua prisão, Jefferson disse que estava “muito doente”. O presidente do PTB já teve problemas de saúde, entre os quais câncer. Em 2019, se submeteu a uma cirurgia para o tratamento da doença.
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