DEM e PSL farão convenção nacional conjunta
Foto: Adriano Machado/Reuters
Uma semana após o DEM, ontem foi a vez da Executiva Nacional do PSL se reunir para avançar mais uma quadra no tabuleiro rumo à fusão das duas legendas. Por unanimidade, 25 dirigentes do PSL autorizaram a convocação de uma convenção nacional conjunta dos dois partidos para deliberar sobre a união. O evento está programado para o dia 6 de outubro, em Brasília.
De acordo com comunicado oficial assinado pelo presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), no dia da convenção conjunta, “serão aprovados os projetos comuns de Estatuto e o programa do novo partido”. Também será eleita a Comissão Executiva Nacional Instituidora, que promoverá o registro do novo partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O processo do registro no TSE deve demorar cerca de dois ou três meses. Ao fim, será criado o maior partido do Brasil, que emergirá como principal força política de direita no país.
Uma das premissas do futuro partido será a oposição ao presidente Jair Bolsonaro e seu eventual ingresso na futura sigla está vetado. Mas haverá tolerância para adesões pontuais ao bolsonarismo nos Estados, mesmo com uma eventual candidatura própria a presidente. O novo partido afirma que procurará uma candidatura própria à presidência, mas com tolerância para dissidências nos Estados.
A ideia é que o estatuto preveja um formato de compartilhamento de gestão da sigla nos Estados e todas as decisões serão tomadas por um quórum qualificado. Até o momento, as negociações entre as cúpulas dos dois partidos preveem Bivar na presidência da nova legenda, Rueda como tesoureiro e o presidente nacional do DEM, ACM Neto, será o secretário-geral da nova sigla.
O vice-presidente do PSL, deputado Júnior Bozella (SP), disse ao Valor que o novo partido deverá manter a linha independente em relação ao governo federal. Ele ponderou que será preciso analisar “quem fica e quem sai”, porque há quadros bolsonaristas na bancada, como o próprio deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (PSL-DF) e a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), por exemplo. “Vamos aguardar a definição dos quadros que atuam no DEM e no PSL que apoiam o presidente”, disse Bozella. Ele admitiu que a tendência é que alguns quadros migrem para o partido onde o presidente Bolsonaro se filiar. No momento, as opções sobre a mesa são Progressistas ou PTB.
Ao Valor, o presidente do diretório do PSL no Pará, deputado Celso Sabino, afirmou que até a data da convenção, as duas legendas terão definido o nome do novo partido, o número e a redação do estatuto.
“A fusão é importante para o processo democrático brasileiro. Ganham as lideranças de ambos os partidos, mas, principalmente ganha o Brasil uma força coesa de centro-direita, que vai defender os ideais liberais na economia, conservadores nos costumes e com preocupação sempre essencial com o social”, resumiu Sabino.
Na largada, o partido terá quatro governadores: Ronaldo Caiado (Goiás) e Mauro Mendes (Mato Grosso), hoje no DEM, e pré-candidatos à reeleição; Mauro Carlesse (Tocantins) e Coronel Marcos Rocha (Rondônia), no PSL. O casamento dará origem à maior bancada na Câmara dos Deputados, e um fundo partidário de cerca de R$ 158 milhões ao ano. Atualmente, o PSL tem acesso a R$ 108 milhões por ano, enquanto o DEM soma R$ 42 milhões.
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