Eleição na Alemanha é péssima notícia para Bolsonaro

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Foto: Reprodução/ Internet

O resultado da eleição na Alemanha, neste fim de semana, é uma péssima notícia para a diplomacia de Jair Bolsonaro. Ainda que a indefinição tenha tomado conta do país europeu, diante da fragmentação do voto, o que é praticamente certo é que a formação de um novo governo terá de passar por uma negociação com o partido ecologista Die Grünen (Os Verdes).

Nas últimas semanas, Bolsonaro recebeu uma deputada do partido AFD, de extrema-direita da Alemanha, e ainda concedeu entrevista para meios ligados ao movimento acusado de ser radical e com flertes com neonazistas.

Mas os aliados de Bolsonaro tiveram um resultado pior do que o esperado. O partido, que está sendo monitorado pelos serviços de inteligência por suspeitas de apoiar ataques contra a democracia, ficou com pouco mais de 10% dos votos e deve perder 11 lugares no Parlamento.

Já os ecologistas despontam como a terceira maior força política da Alemanha, com 14,8% dos votos e seu melhor resultado. Em comparação às últimas eleições, o grupo dobra de tamanho. Os Verdes vão somar 51 novos assentos no Parlamento e obter um total de 118 deputados.

Mas o partido já deixou claro nos últimos meses: um acordo comercial com o Brasil está fora de qualquer cenário diante da política ambiental de Bolsonaro.

Ainda em 2019, o grupo denunciou as intenções do presidente brasileiro e, em 2020, tomaram a iniciativa de sugerir a interrupção de qualquer consideração de uma ratificação dos tratados com o Brasil. Negociado por 20 anos, o acordo comercial entre Mercosul e UE foi concluído em 2019. Mas precisa passar por ratificações nos parlamentos de todos os países para entrar em vigor.

O governo da Alemanha, de olho no mercado sul-americano, sempre foi um dos principais entusiastas do tratado. Mas, agora, a nova composição política pode obrigar uma revisão dessas intenções.

“A fim de proteger efetivamente o clima e os direitos humanos, a ratificação do acordo de livre comércio da UE com o Mercosul deve ser interrompida”, defenderam os Verdes, em 2020.

“Nós, os Verdes, queremos tornar a globalização ecologicamente sustentável e socialmente justa. Isto exige um comércio baseado em fortes regras sociais, ecológicas e de direitos humanos”, disseram.

“O acordo de livre comércio da UE com a confederação sul-americana Mercosul não atende a este requisito”, concluíram.

Para justificar o veto, o partido citou “a situação dos direitos humanos no Brasil e a destruição da floresta tropical que se deterioraram catastroficamente desde que o Presidente Jair Bolsonaro tomou posse”.

“Com seus anúncios de querer abrir mais a região amazônica para a agricultura e a mineração, Bolsonaro abriu o tapete para queimadas ilegais e ataques a povos e terras indígenas”, indicaram.

Mas essa não é a única má notícia para Bolsonaro. Se confirmado, o partido Social-Democrata (SPD) irá obter sua primeira vitória em uma eleição nacional desde 2005, enquanto os rivais da CDU, de direita, atingem sua marca mais baixa na história da Alemanha pós-guerra.

O resultado confirma uma tendência europeia em direção ao movimento de centro-esquerda, que também hesita em qualquer aproximação com Bolsonaro. No Parlamento Europeu, o grupo é um dos mais fortes críticos ao presidente brasileiro.

O ex-líder do SPD, candidato a chanceler e presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, chegou a visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão, em Curitiba. Em 2013, Lula foi um dos principais oradores da festa dos 150 anos do SPD.

Helmut Schmidt, ex-chanceler alemão e do SPD, desafiou o regime militar brasileiro e pediu para se encontrar com então líder sindical Lula, numa viagem oficial.

Diplomatas admitem que, ainda que a Alemanha tenha interesses permanentes na economia brasileira e que as relações comerciais sejam fundamentais para a exportação do país europeu para a América Latina, os resultados das urnas devem dificultar uma aproximação maior ao Brasil.

Uol

 

 

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