Extrema-direita evoca ditadura para pedir liberdade de expressão
Foto: Victoria Silva/AFP
Entidades e personalidades de direita divulgaram nesta quinta-feira (2) um “manifesto pela liberdade de expressão”, em reação a medidas que vêm sendo tomadas pela Justiça contra sites e veículos conservadores.
Os signatários veem “relativização do direito à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa”. Citam “investigações, quebras de sigilos e até bloqueios de meios de financiamento de veículos e formadores de opinião, sem que existam, na maior parte dos casos, indícios concretos de ilegalidade”.
O documento diz ainda que “as medidas causam danos de reputação a cidadãos e veículos de comunicação e contaminam o livre debate de ideias”.
O texto une diversas alas da direita, desde ex-integrantes da equipe econômica do governo Jair Bolsonaro, como Salim Mattar e Paulo Uebel, até opositores abertos do presidente, caso do movimento Livres.
Entre as pessoas físicas, subscrevem também, entre outros, os sócios da produtora Brasil Paralelo, além do líder do Vem Pra Rua, Rogerio Chequer, do youtuber Raphael Lima e dos presidentes do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner, e Mises Brasil, Hélio Beltrão —os dois últimos, colunistas da Folha.
A carta cita, no texto o passado do regime militar para defender a liberdade de expressão. “Foi com base nos traumas acumulados pela censura imposta durante regimes autoritários que a Constituição de 1988 tornou cláusula pétrea a mais ampla liberdade de expressão, de imprensa e de manifestação artística no Brasil”.
Diversos sites e perfis de direita são alvos de inquéritos conduzidos pelo STF contra fake news e atos antidemocráticos. Veículos conservadores também tiveram pedido de quebra de sigilos feito pela CPI da Covid, caso da produtora Brasil Paralelo.
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