Não há mais tempo para impeachment

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Foto: Reprodução/ Veja

Em entrevista ao Amarelas On Air, novo programa do site da revista, o ex-presidente Michel Temer foi taxativo.

“Neste momento, não ajudaria a propor o impeachment. Ele sempre leva sete, oito, nove meses para se definir. Se o Impeachment do atual presidente tivesse sido iniciado há oito, dez, quinze meses atrás, muito bem. Mas estamos praticamente no mês de outubro. Imagine a abertura de um processo de impedimento agora? Vai esbarrar em dezembro, em janeiro, com tudo parado. Ou seja, esse processo de impedimento iria até maio, junho do ano que vem, em plena eleição. Não quero discutir o mérito. Eu não vejo muita utilidade”.

A resposta do ex-presidente é uma aula do funcionamento do país. Até porque de Impeachment… Temer entende. Atuou nos bastidores de forma bastante ostensiva durante o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff. Através de assessores, vazava imagens e áudios, ainda como vice-presidente, que ajudaram no processo de consolidação do processo contra a petista.

Michel Temer é uma raposa política e sabe que o tempo do Impeachment do presidente Jair Bolsonaro passou, o que é lamentável do ponto de vista da educação política do país. Mais um erro da nossa jovem democracia. E por que um erro? Porque os jovens direitistas vão olhar para Bolsonaro como exemplo sempre e pensar que, se eles falarem e defenderem as maiores barbaridades, seja na eleição, seja durante o governo, poderão ser o presidente da República um dia.

O jurista Técio Lins e Silva, um frasista de primeira ordem, costuma dizer que o trem não passa duas vezes no mesmo lugar. O Brasil perdeu a oportunidade de realizar o processo de impeachment do presidente que mais gerou instabilidade institucional e mais cometeu crimes de responsabilidade. A questão das vacinas, exposta na CPI da Covid, é só uma delas.

Nesta segunda-feira, 27, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso, também em entrevista ao Amarelas On Air, tratou da inelegibilidade de Bolsonaro, mas no âmbito da Justiça Eleitoral. Ao ser questionado se o país suportaria uma decisão do tribunal a favor da inelegibilidade de Bolsonaro, o ministro explicou:

“O TSE é um tribunal. O juiz lida com fatos e provas. Se houver fatos graves e provas relevantes temos que fazer na vida o que temos que fazer. […] De modo que, como juiz, a minha resposta é sim. Se uma democracia não estiver pronta para uma decisão baseada em provas, ela não estava pronta para [ser] democracia ainda”.

O próprio Barroso lembrou que existem três casos na corte contra o presidente. Ou seja, esse trem não passou ainda, mas será difícil de o país embarcar. O presidente do TSE aproveitou para sinalizar que o melhor, na sua avaliação, é sempre a política se resolver nas urnas. A urnas, elas mesmos. Aquelas que justamente são tão desacreditadas por Bolsonaro. 2022 está logo ali, caros leitores.

Veja

 

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