PT, PSD e MDB formam elite parlamentar do Congresso
Foto: © Andrew Prokos
PT, PSD e MDB são os partidos que emplacaram o maior número de congressistas que fazem parte da elite parlamentar de 2021, de acordo com lista elaborada pela consultoria Arko Advice. A seleção é feita desde 1998 e indica quem são os deputados e senadores mais influentes do Congresso Nacional, segundo critérios como ter liderança formal ou informal.
Para o primeiro tipo, contam os cargos e funções ocupados na estrutura do Parlamento, como posições na Mesa Diretora, na liderança de governo, ocupar presidência de comissões relevantes ou dos principais partidos políticos nacionais, além da relatoria de matérias de grande importância para a agenda legislativa. Nomes mais evidentes são os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e integrantes da CPI da Pandemia, como os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL).
Líderes informais são divididos em cinco categorias. Há aqueles classificados como debatedores com boa capacidade oratória, a exemplo dos deputados Tábata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (DEM-SP) e do senador Humberto Costa (PT-PE); os especialistas, como os deputados Alexandre Padilha (PT-SP) e Dr. Luizinho (PP-RJ), na saúde, e o senador Antonio Anastasia (PSD-MG), em temas jurídicos; e os articuladores, a exemplo dos deputados André Figueiredo (PDT-CE) e Soraya Santos (PL-RJ) e dos senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Outros dois perfis de congressistas da elite que têm influência informal são os líderes setoriais, que representam fortes grupos de pressão, caso dos presidentes de frentes parlamentares como os deputados Capitão Augusto (PL-SP), da segurança pública, e Cezinha de Madureira (PSD-SP), dos evangélicos; e os líderes de grupos políticos, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o irmão Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filhos do presidente da República Jair Bolsonaro.
A elite parlamentar de 2021, segundo a Arko Advice, é formada por 124 congressistas: 89 deputados federais e 35 senadores, ou seja, cerca de 21% do total dos 594 representantes do Congresso Nacional. Destes, 79 parlamentares são classificados como lideranças formais e 45 como informais.
O PT é a legenda com o maior número de lideranças, com 14 parlamentares, seguido pelo PSD e MDB com 13 cada e pelo DEM com 11 congressistas. O PSL, ex-partido de Bolsonaro, que em 2018 elegeu a segunda maior bancada da Câmara, aparece com apenas quatro nomes na elite parlamentar. Vice-presidente da Arko Advice, o cientista político Cristiano Noronha afirma que a má posição da sigla tem uma explicação lógica, pois sua bancada é composta por uma série de novatos, sem tradição na política.
Um dos destaques neste ano, aponta, foi o crescimento do PSD na lista. Em 2019, o partido liderado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab ocupava a sétima posição da elite parlamentar; subiu para o quarto lugar, no ano passado; e agora encosta no PT, que também foi a sigla com mais representantes na seleção de 2020. Em 2019, foi o MDB.
Noronha ressalta também a queda do PSDB ao longo dos anos, o que reflete a redução de quantidade da bancada tucana. Os tucanos agora estão em sexto lugar, com nove parlamentares na elite do Congresso, atrás do PP, com dez. “Nos anos 1990, o PSDB, puxado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, teve boa participação. Nos anos 2000, o PT se destacava na elite, e agora vemos uma presença maior dos partidos do chamado Centrão, como PSD, PP, PL e Republicanos”, afirma.
Pelo recorte estadual, São Paulo é a unidade da Federação com o maior número de lideranças, com 23 parlamentares, seguido por Minas Gerais, que tem 12, e Pernambuco com dez congressistas. As regiões Sudeste e Nordeste são as que têm mais parlamentares na elite, com 45 congressistas cada.
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