Bolsonaro teme que Pacheco trave auxílio eleitoreiro de R$ 400

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Foto: Pedro França/Agência Senado / Estadão

O anúncio da filiação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), ao PSD, que o coloca como um possível candidato na corrida presidencial de 2022, ligou o sinal de alerta do Palácio do Planalto em relação ao andamento das pautas prioritárias do governo. A mudança, contudo, não deve atingir a criação do Auxílio Brasil, apurou o Valor.

Tanto a PEC dos precatórios, que restringe o volume de dívidas judiciais a pagar e altera a regra de correção do teto de gastos, como a medida provisória (MP) que cria o Auxílio Brasil, devem caminhar rapidamente no Senado. O oferecimento de um benefício social aos mais vulneráveis é um compromisso de Pacheco desde que assumiu o comando do Legislativo.

“Temos a obrigação de dar solução, de um jeito ou de outro, à questão do programa social. É preciso socorrer cerca de 17 milhões de famílias através de um programa que possa ser consistente e possa minimamente atualizar a capacidade de compra, especialmente de itens da cesta básica”, disse na semana passada.

A afirmação em parte aliviou governistas, pelo compromisso com a aprovação da matéria. A referência a “atualizar a capacidade de compra” dos mais pobres, contudo, causou preocupação, já que Pacheco ainda não indicou se considera os R$ 400 que serão oferecidos um valor suficiente.

A disposição do presidente do Senado em fazer caminhar propostas que viabilizem o Auxílio Brasil difere, observam interlocutores do governo, de sua postura na reforma do Imposto de Renda (IR) e na proposta que estabelece um valor fixo para a cobrança de ICMS sobre combustíveis.

Nestas, fontes alinhadas ao presidente Jair Bolsonaro enxergam a ação de Pacheco para travar as propostas, frustrando o governo e fazendo um movimento de aproximação com o mercado, no caso do IR, e com os governadores, no caso do ICMS.

Tais movimentos estão dentro do plano de voo traçado por Gilberto Kassab, que comanda o PSD, para posicionar Pacheco como um candidato da terceira via, distante tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pacheco já vem nos últimos meses participando de encontros discretos com o empresariado e o mercado financeiro. Da mesma forma, tem se colocado aos governadores como uma voz ponderada e defensora dos interesses de Estados e municípios.

Interlocutores do presidente do Senado dizem que o ato de filiação ao PSD está longe de consolidá-lo como candidato a presidente. É algo que pode avançar mais à frente, não neste momento. “Ele [Pacheco] não vai misturar as coisas”, disse um aliado.

Sobre o projeto de reforma do IR, nomes próximos a Pacheco culpam o próprio presidente Bolsonaro pelo fracasso da matéria. Isso porque, quando a proposta ainda estava na Câmara, Bolsonaro admitiu que houve “exagero” da equipe econômica no conteúdo. Além disso, partidos de centro reclamam há semanas que o governo estaria pouco empenhado na votação.

Já em relação à proposta que muda a cobrança de ICMS sobre os combustíveis, o entorno do presidente do Senado diz que é inevitável a participação (e pressão) dos governadores. O Senado é a Casa da Federação e os parlamentares são mais sensíveis às demandas dos Estados. Projetos de interesse do governo, como a autonomia do Banco Central, avançaram no Senado, alegam.

No encaminhamento diário do Senado, Pacheco ganha força: passa a fazer parte da segunda maior bancada da Casa. Com ele, o PSD alcança 12 senadores, atrás do MDB, com 15. O DEM, partido ao qual ele era filiado, ficará com cinco. Na fusão com PSL, que resultará no União Brasil, o novo partido chegará a sete cadeiras.

A configuração pode ser importante para temas como a PEC da reforma tributária, que Pacheco defende como uma solução melhor que medidas apresentadas pelo governo – só o PSD garante quase um quarto dos 49 votos necessários para passar uma PEC – como presidente, Pacheco não participa das votações.

Valor Econômico

 

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