Boulos manterá apoio a Lula mesmo disputando com Haddad em SP

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Diante do impasse sobre quem vai apoiar quem na disputa pelo governo de São Paulo no próximo ano, PT e PSOL já admitem se enfrentar no estado, apesar de lideranças das duas siglas reconhecerem que o confronto pode acabar levando dois candidatos de centro-direita ao segundo turno.

Publicamente, os psolistas devem continuar cobrando apoio dos petistas ao líder sem-teto Guilherme Boulos como contrapartida pela adesão à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial. Porém, reservadamente, lideranças da sigla reconhecem que dificilmente o embate em São Paulo vá impedir uma aliança nacional.

Mesmo contrariado, o PSOL não vê espaço para outro nome de esquerda na disputa pelo Planalto por causa do poder de atração que Lula exerce. Uma ala da legenda pretende lançar candidatura própria, mas a tese já foi rejeitada duas vezes em votações nas instâncias partidárias.

Dirigentes psolistas se queixam e dizem que consideram a postura do PT de insistir na candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad em São Paulo injusta com quem “sempre esteve ao lado de Lula, como Boulos”, mas não querem abrir uma guerra pública com o partido do ex-presidente.

Na terça-feira, Haddad declarou, antes de participar de um evento realizado pelo Sindicato dos Hospitais de São Paulo, que trabalha com a possibilidade de ter Boulos como adversário no primeiro turno.

— Acredito que vão ter duas candidaturas e não acredito que isso vá prejudicar a esquerda — disse.

A entrada de Haddad na corrida pelo governo de São Paulo foi uma iniciativa de Lula, que pretende ter um palanque forte no estado. A avaliação é que o ex-prefeito tem uma imagem mais moderada do que Boulos e isso pode ajudar a conquistar o eleitor mais conservador do interior.

— Meu partido tem candidato a presidente, aqui é o melhor colégio eleitoral do Brasil. Eu tenho um compromisso com o presidente Lula — afirmou Haddad.

O petista ainda lembrou que o seu nome ainda não foi lançado e que a sua entrada na eleição está sendo discutida com outros partidos, ao contrário do PSOL que já anunciou a pré-candidatura do Boulos.

O PT só chegou ao segundo turno da eleição de São Paulo uma vez, em 2002, quando José Genoino pegou carona na onda que levou Lula à Presidência pela primeira vez, mas acabou sendo derrotado por Geraldo Alckmin (PSDB).

A avaliação é que agora há uma chance maior para a esquerda por causa do racha no ninho tucano. Alckmin deve deixar o PSDB nos próximos meses para concorrer por um outro partido. Os tucanos, comandados pelo governador João Doria, planejam lançar a candidatura do atual vice-governador Rodrigo Garcia.

Mas com Haddad e Boulos se enfrentando pode haver uma pulverizando os votos de esquerda e eventualmente viabilizando um segundo turno entre Alckmin e Garcia.

Pesquisa do Datafolha divulgada em setembro mostra Alckmin na liderança com 26% das intenções de voto, seguido por Haddad com 17%, Márcio França com 15%, e Boulos com 11%. No cenário sem Alckmin, o petista fica em primeiro com 23%. França aparece com 19% e divide a liderança no limite da margem de erro. Boulos soma 13%. Garcia, só testado nesse cenário, tem 5%.

Alckmin tem dito que não tem pressa para definir seu futuro. Ele estava inclinado a se filiar no PSD, mas recentemente passou a considerar a hipótese de ingressar no União Brasil, cujos fundo eleitoral e tempo de TV são maiores. Na terça-feira, ele se reuniu com dirigentes do novo partido e o deputado estadual Arthur do Val (Patriota), que ficou em quarto lugar na eleição para prefeito de São Paulo e tem planos de de concorrer a governador. O parlamentar, integrante do MBL, ouviu um apelo para que dispute outro cargo em 2022.

O ex-governador quer concorrer numa sigla que tenha estrutura e em que seja possível atrair outros partidos para formar uma frente anti-Doria. Ele tem afirmado a interlocutores não ter pressa para definir o seu futuro.

O Globo 

Assinatura
CARTA AO LEITOR

O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.

No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog

FORMAS DE DOAÇÃO

1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br

2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única

DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf

DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf