CPI acusa quatro órgãos do governo de “desinformação”
Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
A minuta do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada pelo Senado, aponta o uso da administração pública federal para disseminação de fake news sobre a pandemia.
Segundo o documento, “a CPI identificou uma verdadeira campanha de desinformação institucional”. A ação teria envolvido órgãos públicos como a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), o Ministério da Saúde, a TV Brasil e o próprio Palácio do Planalto.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), aponta erros da Secom, como o não incentivo ao uso de máscaras e o respeito ao distanciamento social.
“[A Secom] não realizou nenhuma campanha para promover as medidas preventivas então disponíveis à época. Isso representa, no mínimo, uma grave omissão em relação a seu dever legal de informar a população sobre a pandemia de Covid-19, de forma correta e tempestiva”, destaca o texto.
Ele conclui. “Em vez de cumprir deu dever legal, a Secom preferiu buscar meios para manipular e distorcer as estatísticas relacionadas à pandemia, usando a estrutura da administração pública para divulgar tais informações enganosas”, pondera.
Renan também aponta que dados sobre a pandemia foram forjados. “A manipulação de estatísticas tornou-se prática reiterada da Secom”, explica.
Desde o início da campanha de imunização, em 17 de janeiro, o Ministério da Saúde distribuiu 310,4 milhões de unidades da vacina. Desse total, 260,3 milhões foram aplicadas entre primeira, segunda e única dose.
Ao todo, o país registrou 21,7 milhões de adoecimentos por Covid-19, sendo que 603 mil pessoas morreram vítimas de complicações da enfermidade.
Veja a íntegra do relatório:
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