Ministro da Defesa nega monitoramento de parlamentares
Foto: Fátima Meira/Estadão Conteúdo –
Ao lado dos três comandantes das Forças Armadas, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, garantiu ontem que nunca houve nenhuma tentativa de monitorar parlamentares e rejeitou a tese de que as privatizações da Eletrobras e mesmo da Petrobras afetariam a soberania nacional.
Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Braga Netto foi muito questionado por deputados de oposição sobre a conduta das Forças Armadas perante o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo com cautela, o ministro e os comandantes também trataram do aperto orçamentário pelo qual passam as Forças Armadas e pediram apoio do Congresso Nacional. Alguns deputados chegaram em falar em situação de “penúria”, mas Braga Netto rechaçou o termo.
Bastante questionado sobre as privatizações desejadas pelo governo, o ministro foi econômico nas palavras. Por mais de uma oportunidade, disse que sua pasta participa de reuniões no âmbito do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) e que emite opiniões em áreas que lhe cabe. Descartou, entretanto, a versão de que a entrega do setor de energia à iniciativa privada representaria perda de soberania. “Isso é um assunto que a Economia leva e os outros ministérios envolvidos participam da reunião e isso é discutido no PPI. A Defesa coloca suas posições, mas não existe ameaça à soberania. Na hora que existir, a Defesa levará isso em consideração”.
Braga Netto também negou a existência de qualquer política de monitoramento de parlamentares. Circulou em agosto a informação de que o Centro de Comunicação Social do Exército teria espionado políticos durante a tramitação do PL 1.645/2019, que garantiu a reestruturação da carreira dos militares com um regime especial de previdência. “Não se faz nada fora do previsto em lei. Não existe monitoramento de parlamentares”, afirmou o ministro, ao lado dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Braga Netto lembrou de outro episódio, no qual ele teria pressionado o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a aprovar o voto impresso. Ambos negam a informação. Braga Netto também foi perguntado sobre sua participação na condução da pandemia, na época em que era ministro-chefe da Casa Civil. Ele está entre os ministros que teve o indiciamento solicitado pela CPI da Covid, mas disse apenas que se trata de “um grande equívoco” e que toda a verdade vai ser demonstrada.
Sobre a questão orçamentária, o ministro pediu aos deputados ajuda para que os programas das Forças Armadas sejam mantidos durante a análise do Orçamento. “Agradeceria o empenho dos senhores na manutenção dos nossos programas”, pediu Braga. “Preciso ter um orçamento compatível para que eu possa atender [os programas] devido à tecnologia agregada”, completou.
O ministro se exaltou quando o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) mencionou um suposto clima de revolta entre os praças do Exército por conta das remunerações recebidas por militares que integram o governo. “Não existe insubordinação nas Forças Armadas”, disse o ministro. “Seria importante o senhor baixar o tom”, respondeu o parlamentar.
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