60% dos brasileiros veem economia mal dirigida

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Foto: Cleber Caetano / Divulgação/Presidência da República

Pesquisa da consultoria Atlas divulgada nesta segunda-feira aponta que 59,1% dos entrevistados, isto é, aproximadamente seis em cada dez brasileiros, apontam questões econômicas — entre elas, inflação e desemprego — como o principal problema do país atualmente. Para 21,4%, a corrupção é o maior problema. O levantamento aponta ainda que a aprovação do presidente Jair Bolsonaro chegou a 19%, o menor índice desde o início do governo, de acordo com pesquisas da Atlas desde janeiro de 2019. A margem de erro é de 1 ponto.

O cientista político Andrei Roman, diretoria da consultoria Atlas, avalia que embora corrupção seja o tema mais citado na pesquisa, houve uma redução pela metade do seu número de menções como principal problema do país desde 2020. Os temas econômicos, por sua vez, passaram a ocupar maior espaço nas respostas.

Segundo a pesquisa, 19,3% apontaram pobreza e desigualdade social como maior problema do Brasil hoje em dia; 16,7% citaram a inflação; 9,8% apontaram impostos altos e Estado ineficiente; 6,8% elegeram o desemprego; e 6,5% apontaram o ritmo de crescimento econômico como principal questão. Somados, os cinco temas da área econômica chegam a 59,1% de citações, quase o triplo da corrupção.

Também houve menções ao acesso à educação (5,5%) e à saúde (5%), à criminalidade (3,9%) e à degradação do meio ambiente (1,5%) como principais problemas do país, de acordo com o levantamento.

— A corrupção provavelmente continuará sendo um tema relevante para a campanha de 2022, como vemos em relação à pré-candidatura do (ex-juiz e ex-ministro) Sergio Moro, mas as questões econômicas acabam ocupando hoje um espaço maior. Isso tem relação direta com a inflação cada vez maior e com a sensação de que não veio a recuperação econômica esperada no pós-pandemia. Mais de 50% avaliam a situação econômica da família como ruim, e só 17% dizem que é boa — afirmou Roman.

Entre os temas econômicos, a pesquisa apontou diferentes avaliações sobre os principais problemas dentro de cada grupo. Apenas 9% dos eleitores de Bolsonaro em 2018, por exemplo, citaram pobreza e desigualdade como o maior problema, enquanto 16% apontaram a inflação e 15% elegeram os impostos altos e a ineficiência do Estado. O combate a este último ponto foi um dos principais itens da plataforma de cunho liberal prometida na campanha de 2018 pela equipe econômica de Bolsonaro, chefiada pelo hoje ministro Paulo Guedes.

Além da piora na imagem de Bolsonaro, a pesquisa da consultoria Atlas também aponta uma regressão no caso do ministro. Segundo o levantamento, 21% consideram positiva a imagem de Guedes, e 61% o veem de forma negativa. Ambos são os patamares mais extremos para o ministro desde janeiro de 2019.

O governo tem procurado reverter o derretimento de sua aprovação detectado em pesquisas com benefícios sociais e ações visando um aquecimento da economia. A substituição do Bolsa Família pelo novo Auxílio Brasil, com a elevação do benefício por família para R$ 400, é uma das principais apostas de Bolsonaro para melhorar sua avaliação entre os mais pobres e, em um cenário de pobreza e inflação galopantes, adversários buscaram evitar críticas mais profundas ao programa. Para viabilizar o programa, Bolsonaro declarou na semana passada que “pede a Deus” para que o Senado aprove a PEC dos Precatórios, que abre espaço no teto de gastos.

O presidente também tem acenado com outros programas, subsídios e benefícios em 2022, ano eleitoral, que já chegam a R$ 90 bilhões no total.

Entre os eleitores do PT na última eleição, 19% veem a corrupção como principal problema, ante 24% entre os bolsonaristas. Os eleitores petistas de 2018 citam principalmente a pobreza e desigualdade (29%) como maior problema do país hoje; outros 17% apontam a inflação, e apenas 5% citam os impostos.

A inflação é proporcionalmente mais citada como maior problema do país entre os mais pobres: chega a 18% de menções entre aqueles que ganham até R$ 2 mil mensais. O percentual cai gradativamente à medida que cresce a renda. Entre os mais ricos, com remuneração mensal superior a R$ 10 mil, o índice é de 12%.

Os mais pobres são também os que mais mencionam o desemprego (8%) como maior problema do país. Quanto maior a remuneração dos entrevistados, por outro lado, maior é o índice de menções aos impostos e à ineficiência do Estado como maior problema do Brasil.

A consultoria Atlas entrevistou 4.921 pessoas entre os dias 23 e 26 de novembro, de forma online. O levantamento é feito através de convites randomizados até alcançar quantidade suficiente de respondentes em cada recorte geográfico, etário, demográfico e socioeconômico, com calibragens para corrigir eventuais falta ou excesso de representação de cada grupo. A margem de erro é de 1 ponto percentual, e o nível de confiança é 95%.

O Globo 

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