Bolsonaro se gaba por economia e combate à covid
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/ Agência Senado
O desejo do presidente Jair Bolsonaro de usar a PEC dos Precatórios para dar reajuste salarial aos servidores públicos não deve ganhar força no Senado. A avaliação é dos próprios governistas envolvidos na negociação. Segundo parlamentares da base do governo, a ideia não tem chance de prosperar.
Em caráter reservado, os parlamentares alinhados com o Palácio do Planalto argumentam que não há espaço fiscal suficiente para mais esse gasto. Além disso, dizem, a pressão no Senado é justamente para diminuir o espaço fiscal e não ampliá-lo.
O assunto veio à tona porque o próprio presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, em Dubai, que o Senado poderia conceder o aumento para os servidores como parte do esforço para aprovar a PEC. Bolsonaro não especificou a qual categoria estaria se referindo, mas interlocutores admitem que o aceno do presidente é voltado aos policiais.
Outra ideia que começou a circular, nos bastidores, é utilizar o espaço fiscal excedente para prever recursos para a compra de vacinas em 2022. O Valor apurou, no entanto, que essa ideia é rejeitada pelo governo. A ideia do Executivo é usar o crédito extraordinário para a compra de imunizantes no ano que vem.
Neste contexto, o relator da PEC dos Precatórios, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), buscou apoio da equipe econômica, nesta terça-feira, para tentar reverter a resistência de alguns senadores ao projeto. Bezerra marcou uma reunião entre o secretário do Tesouro, Esteves Colnago, e parlamentares que já apresentam propostas alternativas à PEC.
O grupo está reunido neste momento no gabinete do senador José Aníbal (PSDB-SP), autor de um dos projetos que concorrem com o texto governista. Estão participando do encontro Bezerra, Colnago, Aníbal, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), além de outros técnicos.
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