Dono do PL promete a Bolsonaro romper alianças

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Foto: CRISTIANO MARIZ / Agência O Globo

Na reunião que selou o compromisso para a entrada de Jair Bolsonaro no PL, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, descumpriu o primeiro mandamento do Centrão — nunca quebrar um acordo — e deu a palavra a Bolsonaro de que deixaria na mão dois aliados: João Doria em São Paulo e ACM Neto na Bahia.

O encontro ocorreu na tarde de terça-feira no Palácio do Planalto. Em seguida, o PL anunciou que a cerimônia de filiação ocorrerá no dia 30. Bolsonaro pediu que o evento fosse discreto, sem exuberância.

Para Doria, Valdemar havia prometido apoiar a campanha de Rodrigo Garcia (PSDB), seu vice-governador que deve concorrer ao governo do estado. Na Assembleia Legislativa, o PL é aliado dos tucanos. Em troca de sua filiação, Bolsonaro pediu que seu novo partido não fizesse qualquer gesto de apoio ao candidato do PSDB em 2022.

Ainda não está definido se o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, será o candidato de Bolsonaro. Mas Valdemar disse explicitamente que estará com o projeto de Bolsonaro em São Paulo.

Na Bahia, o PL estava já fechado com ACM Neto, candidato ao governo. O ex-prefeito e vice-presidente do União Brasil se encontrou com Valdemar há alguns meses e selou o acordo. O principal concorrente de Neto é Jaques Wagner (PT). Na conversa com Bolsonaro, porém, o cacique do Centrão prometeu apoiar João Roma, ministro da Cidadania, ao governo.

Um aliado de ACM Neto define a situação: Valdemar se apalavrou com duas pessoas em sentidos distintos, o que agora virou “uma questão do tamanho de quem fez pedido”. A insistência de Bolsonaro na candidatura de João Roma é vista como uma forma de pressionar Neto a apoiar o presidente, o que aliados próximos garantem que não vai acontecer.

Além de dizer que Bolsonaro é “radioativo”, Neto já havia articulado para que o União Brasil declarasse apoio à reeleição de Cláudio Castro no Rio de Janeiro como um gesto em relação a Valdemar. Ele ameaça romper essa aliança e proibir os candidatos do União Brasil de apoiarem Bolsonaro caso ele atrapalhe o seu projeto ao governo.

O Republicanos, partido em que está hoje João Roma, ainda não está certo de que irá lançar sua candidatura. Pesquisas internas apontam que o ministro tem 1% das intenções de votos e sobe a 5% com Bolsonaro. A sigla cogita uma eventual aliança com Neto, o que inviabilizaria lançar Roma até para outro cargo, como senador.

Quando João Roma entrou no governo Bolsonaro, rompeu com ACM Neto, de quem foi chefe de gabinete. Neto já antevia que ter um aliado bolsonarista o desgastaria na eleição. Agora, Roma tem conversado com Valdemar Costa Neto e não descarta eventualmente se filiar ao PL.

Há outros ministros do governo Bolsonaro que estudam entrar no PL. Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, deve se filiar ao partido para concorrer ao Senado no Rio Grande do Norte. Onyx Lorenzoni quer entrar no PL para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul.

Nas últimas semanas, a possibilidade de o PL fazer alianças locais com partidos de esquerda atrasou a negociação para filiar Bolsonaro. Segundo integrantes do partido, há conflitos no Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Pará e Roraima. Valdemar trabalha para conciliar os interesses, porém, e evitar defecções no partido.

Interlocutores de Bolsonaro dizem que o presidente está consciente de que não terá um apoio irrestrito e terá que engolir as “traições” nos estados. Sua intenção é evitar apoios explícitos, como ocorreria com Rodrigo Garcia em SP, mas ele deve fazer vista grossa para situações isoladas.

O Globo

 

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