É alta a chance de Senado rejeitar calote nos Precatórios

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Foto: Pedro França/Agência Senado

Relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, o líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), acertou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a votação da matéria no plenário da Casa em 30 de novembro. Apesar do avanço em relação à data, um acordo em relação ao conteúdo da proposta ainda parece longe de ser alcançado.

Enquanto Bezerra indicou que pode aceitar fazer dois ajustes no texto, senadores que apresentaram propostas sobre o mesmo tema e que têm se reunido com o governo querem uma reformulação da PEC. A possibilidade de se excluir do Teto de Gastos, excepcionalmente em 2022, as despesas com requisições de pequeno valor e precatórios e com isso proporcionar um espaço fiscal de R$ 89 bilhões, suficiente para custear o Auxílio Brasil, foi sugerida pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), José Aníbal (PSDB-SP) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), mas vai em linha oposta à esperada pelo governo. “Irei submeter essa proposta à equipe econômica e vamos nos esforçar para ver se é possível uma aproximação. Ainda estamos distantes, na minha avaliação, porque a proposta trabalha com o pagamento total dos precatórios em 2022”, disse Bezerra.

A mudança proposta pelos senadores, garantem, asseguraria em 2022 um espaço de R$ 89 bilhões, “o que representa a correção integral dos benefícios previstos no Projeto de Lei Orçamentária de 2022 e o auxílio de R$ 400 reais para cerca de 21 milhões de brasileiros. Garante também o pagamento integral dos precatórios previstos para 2022”, apontaram.

Os senadores também propõem o fim das chamadas emendas de relator. O líder do governo também fez objeções a este ponto. “Na visão do governo, essa discussão sobre a emenda do relator foge ao escopo da PEC dos Precatórios”.

Bezerra colocou na mesa incluir no bojo do projeto o caráter permanente do Auxílio Brasil (que substituirá o Bolsa Família) e, assim, evitar que ele tenha aspecto temporário. A segunda mudança seria o que ele chamou de “aperfeiçoamento” para vincular os recursos, disponibilizados pela PEC, ao pagamento de um tíquete de R$ 400 para os beneficiários do programa. O Valor apurou que esta segunda demanda tem relação com um receio dos senadores. Os parlamentares temem que o espaço fiscal de R$ 91 bilhões, que seria aberto com a aprovação da PEC, seja utilizado para outros fins além do Auxílio Brasil.

Um novo encontro entre as partes, o terceiro seguido, deve ocorrer hoje. Em paralelo, Bezerra passou a buscar as lideranças do Senado para sondar apoios à PEC dos Precatórios como está, ou com mudanças menos bruscas que as propostas pelos três senadores. “Intensificamos contatos com outras lideranças hoje e identificamos um grupo muito expressivo no Senado que defende a criação do subteto para precatórios. O núcleo central da divergência é como criar o espaço fiscal para custeio do Auxílio Brasil. O governo não desconhece essa despesa de precatórios, mas acreditamos que a criação do subteto é importantíssimo para a gestão dos precatórios”.

Como Podemos, PSDB e Cidadania estão, agora, mais distantes de um acordo com o governo, o Palácio do Planalto dependerá, principalmente, dos votos de MDB e PSD, as duas maiores bancadas da Casa. Juntos, os dois partidos têm 27 senadores e costumam atuar como fiéis da balança no Senado. O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), decidiu apresentar emendas como contrapartida para dar apoio ao texto final.

A principal sugestão dele é estabelecer um novo mecanismo de controle para o crescimento dos precatórios. A emenda vai propor que o Congresso passe a promover, por meio de uma comissão mista, o exame “analítico e pericial dos atos e fatos geradores dos precatórios”. “Como é que os precatórios explodiram, em apenas quatro anos, de 2017 para 2021, de pouco mais de 17 bilhões para quase 90 bilhões e ninguém explica? É preciso que o Congresso nacional nessa mesma PEC coloque uma trava e nós possamos auditar esses precatórios”, afirmou Braga.

O emedebista também vai propor que seja priorizado o pagamento dos professores e profissionais da educação na destinação dos recursos dos precatórios do antigo Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério). Por fim, uma terceira emenda quer assegurar que o Auxílio Brasil seja uma política de Estado, e não de governo.

Bezerra voltou a rechaçar a possibilidade de que o espaço fiscal da PEC seja usado para garantir reajuste salarial para os servidores públicos, como sugerido pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, o “cobertor está curto” e há “pouco espaço para atender tantas demandas”. O aceno de Bolsonaro ao funcionalismo público ocorre a menos de um ano das eleições presidenciais de 2022.

Valor Econômico

 

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