EUA seguem China e vetam carne brasileira

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Foto: Lalo de Almeida/Folhapress

Após os chineses, agora são os norte-americanos que querem impedir a entrada de carne bovina brasileira em seu território.

Motivos para barrar a carne do Brasil eles têm, e fortes. Em setembro, os Estados Unidos importaram 49% a mais carne bovina do Brasil do que em igual período do ano passado.

A participação da proteína brasileira nas importações totais norte-americanas subiu para 9,7% até setembro, bem acima dos 5,6% de igual período do ano passado.

Enquanto Argentina, Uruguai, Austrália e México diminuíram a participação nas importações norte-americanas, o Brasil aumentou.

O motivo alegado pela NCBA, a poderosa federação dos produtores norte-americanos, para impedir a entrada de carne brasileira, no entanto, é a falta de compromisso do Brasil em comunicar rapidamente problemas sanitários à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).

Eles citam os dois casos atípicos de vaca louca que ocorreram em Minas Gerais e em Mato Grosso.

Algumas associações querem impedir a importação do produto “in natura”. Outras querem um bloqueio de todas as carnes.

Esta semana está sendo um período de avaliações desse setor pelo mundo. Foram divulgados relatórios do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) e do Rabobank, e o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) promoveu discussões com participação do Ministério da Agricultura, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

As avaliações são de que 2022 poderá ser um período mais normal do que foi este ano, deteriorado pela pandemia, trava chinesa nas importações e redução na oferta de animais para abate.

O cenário para os produtores, porém, será de custos mais elevados no próximo ano e de necessidade de melhor gestão. Para os consumidores, as notícias também não são boas. Os preços podem estabilizar, mas não voltam aos patamares de há dois anos, quando eram menores.

Para Ronaldo Carneiro Teixeira, coordenador-geral de planejamento e avaliação zoossanitária do Ministério da Agricultura, o rebanho será maior, mas terá um crescimento lento. Tecnologia no manejo, genética melhor, cuidados na alimentação e melhorias nas pastagens vão provocar esse crescimento.

Angela Lordão, gerente de pecuária do IBGE, acrescenta que a oferta ainda será reduzida nos próximos meses, mas que a retenção de matrizes feita pelos pecuaristas deverá melhorar a oferta. O próximo ano será um período de mais bezerros, devido a essa retenção de fêmeas.

Para Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da CNA, o mercado interno de carne bovina ainda perde competitividade no próximo ano, em relação às demais carnes, devido aos preços elevados. A necessidade de importações da China, porém, deverá garantir mercado para o produto do Brasil.

Sergio de Zen, diretor da Conab, afirma que a redução dos preços internacionais, principalmente devido à interrupção de compras pela China no Brasil nestes meses, deu fôlego a outros países para entrar nesse mercado.

Embora os custos vão aumentar, ele acredita que todos os setores agropecuários terão margens no próximo ano, embora mais acomodadas.

Lima Filho, da CNA, afirma que a grande safra de grãos esperada é parte da solução para a pecuária, mas outros insumos como fertilizantes, suplementos alimentares e energia vão pesar nos gastos dos produtores.

Além disso, câmbio, clima e demanda mundial são fatores a serem considerados nesse mercado, afirma o representante da CNA.

Na avaliação de De Zen, o consumidor brasileiro está consumindo menos carne bovina, mas com mais qualidade. Essa qualidade, segundo ele, vem de dentro da porteira, e não dos frigoríficos.

Na área internacional, relatório do Rabobank não espera grandes mudanças no setor. Os Estados Unidos vão ter produção menor, mas demanda maior nas exportações, enquanto o Brasil continua aguardando a decisão da China em relação à suspensão das importações, devido aos dois casos atípicos de vaca louca.

Na avaliação dos técnicos do banco, as exportações sobem no Brasil, e a demanda interna ajuda a sustentar a produção.

Já o Usda prevê exportação e produção mais apertadas nos Estados Unidos em 2022. Neste ano, 12,4% da produção dos EUA foram destinadas ao mercado externo. Em 2022, serão 12,1%.

Folha  

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