Filiação de Bolsonaro ao PL mantém barra planos de Castro
Foto: Reprodução/ Internet
A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL dá uma guinada na construção do palanque à reeleição do presidente no Rio de Janeiro, onde o governador Cláudio Castro, do mesmo partido, procurava ficar à meia distância do governo federal. Também em busca da recondução ao mandato, Castro articulava uma ampla aliança para a chapa majoritária, na qual caberia o PSD do prefeito da capital, Eduardo Paes, para o posto de vice e até o PT do presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano, pré-candidato ao Senado.
Com a ida para o PL, Bolsonaro amarra Castro como seu palanque estadual e risca o chão, delimitando campos mais claros, à esquerda e à direita.
Ainda assim, interlocutores do governador reconhecem que prefeitos podem evitar a “venda casada do PL” e aderir ao voto Lula-Castro, reduzindo a vantagem de Bolsonaro de concorrer com o mesmo número, 22, do agora correligionário à frente do Palácio Guanabara. “Vai ter muito prefeito votando Lula e Cláudio, por gratidão ao governador, devido às obras pelo Estado, e ao ex-presidente, por opção eleitoral. Isso vai acontecer”, afirma um integrante da equipe de Castro.
Convidado na noite de segunda-feira pelo governador para ser o vice na chapa à reeleição, o prefeito Waguinho (PSL), de Belford Roxo, presidente estadual do futuro União Brasil, compartilha da opinião. Ele coordenará a campanha de Castro na populosa Baixada Fluminense, diz ser um fiel bolsonarista, mas afirma que para o presidente da República a briga será dura.
“O pau vai quebrar. Muita gente que está com Cláudio Castro puxa voto para os dois lados. Então os cabos eleitorais acabam levando essas pessoas a votarem, independentemente se esteja com Lula ou Bolsonaro. Vai misturar”, afirma.
Além do PL e do União Brasil, a chapa majoritária governista deve incluir o PP e o Republicanos. Entre os cotados ao Senado estão o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), o deputado federal Otoni de Paula (PSC) e o senador Romário (PL). A situação do ex-jogador de futebol se torna mais complicada já que também é do PL de Castro e Bolsonaro e sua vaga pode ser necessária para atender aos aliados.
Waguinho afirma que pode até abrir mão da posição de vice na chapa, se Castro precisar dela para consolidar a estratégia eleitoral. Neste caso, ele sugere que o União Brasil indique a deputada Clarissa Garotinho para o Senado, tendo o PP na vice, por exemplo, com Rogério Lisboa.
Por essa formatação, a chapa majoritária agregaria, além do prefeito de uma cidade importante da Baixada, o reforço do clã Garotinho no interior do Estado. Lisboa confirma que foi sondado por Castro, mas lembra que tem dificuldade, pois está sem vice, e sua saída da prefeitura levaria à convocação de novas eleições.
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