“Gripezinha” faz Brasil bater recorde de mortes

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Foto: Carlos Madeiro/UOL

As mortes causadas pela covid-19 fizeram o país bater o recorde de registros de óbitos em 2020. Ao todo, no ano passado, 1.513.575 pessoas morreram, quase 200 mil a mais que no ano de 2019 —alta de 14,9%. Os dados constam nas Estatísticas do Registro Civil, levantamento divulgado hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O aumento de mortes acima da média de alta populacional já era conhecido por conta das mortes de covid-19. Entretanto, os dados do IBGE mostram como o aumento de óbitos impactou de maneira diferente as regiões do país, com destaque negativo para o Norte.

Segundo os dados, o Amazonas teve um aumento de 32% no número de óbitos em 2020, seguido pelo Pará (28%) e por Mato Grosso (27%).

“O aumento substantivo observado em 2020 está concentrado entre as pessoas com 60 anos ou mais de idade. Para as idades abaixo de 20 anos, observou-se redução dos óbitos entre 2019 e 2020”, diz o IBGE.

Seguindo tendência registrada nas últimas décadas, mais brasileiros estão morrendo mais velhos. Em 2020, por exemplo, 61,6% dos óbitos foram de pessoas com 65 anos ou mais, e apenas 2% das mortes eram de crianças de até 5 anos. Em 1980, por exemplo, essas taxas eram de 33% e 28,2%, e em 2000, de 48,8% e 6,9%, respectivamente.

Por conta da maior letalidade entre os homens, 2020 teve um impacto maior entre pessoas do sexo masculino: as mortes entre eles subiram 16,7% e entre elas, 12,7%.

Uma boa notícia em meio à tragédia gerada pela pandemia é que a mortalidade infantil apresentou queda: o número de óbitos dos menores de um ano de idade caiu 13,9% entre 2019 e 2020.

“Esse fato pode estar relacionado tanto à diminuição dos níveis de mortalidade nessa faixa etária quanto ao menor número de filhos nascidos no último ano. Para os óbitos das crianças entre 1 e 4 anos de idade as reduções foram ainda mais significativas de 23,7%”, diz o IBGE.

Das mortes entre todas as idades no país, 90,8% foram naturais e 6,6% por causas externas (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais etc.). Outras 2,6% tiveram a natureza do óbito ignorada.

No caso das mortes por causas externas, os homens lideram: foram 84 mil óbitos, contra 15 mil de mulheres. Nesse caso, o jovem do sexo masculino é a maior vítima. Entre 15 e 24 anos, 65% das mortes ocorrem por causa não natural (29% entre mulheres), chegando a 84% na Bahia. Entre 24 e 34, essa taxa ainda é alta: 50% (17% entre as mulheres).

Quando se consideram as mortes por causas externas a sobremortalidade masculina nos adultos jovens se acentua. Em 2018, a sobremortalidade masculina por causas não naturais no grupo de 20 a 24 anos de idade foi de 10,7 vezes a feminina. Em 2019, esse valor se reduz para 9,5 reflexo da redução das mortes por causas externas nesse ano, e mantém-se estável em 2020 (8,6)
IBGE

Fake news
Em 2020, a pandemia fez prosperar uma série de fake news sobre o número de mortes causadas pela covid-19. Chegou-se a falar que caixões estavam sendo enterrados vazios para “superdimensionar” o número de mortos pela doença.

Logo após terminar o ano, circulou também que o número de mortes de 2020 teria sido menor que o de 2019.

Confira algumas das principais mentiras que circularam na internet no ano passado sobre o tema —com os respectivos desmentidos:

Maio:
Corrente de WhatsApp usa dados falsos de mortes por covid e os atribui ao Registro Civil

Foto de caixão vazio é usada para enganar sobre mortes por Covid-19 no AM

Julho:
Site usa dados do Registro Civil para dizer que a pandemia estava arrefecendo no Brasil

Agosto:
Posts distorcem dados do Registro Civil para colocar em dúvida as (até então) mais de 100 mil mortes por covid no Brasil

Deputado federal Daniel Silveira ignora limitações do Registro Civil para afirmar que mortes por covid seriam decorrentes, na verdade, de outras doenças

Outubro:
Deputado federal e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS) usa dados imprecisos do Registro Civil para questionar medidas de distanciamento social

Uol

 

 

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