PSDB vive guerra interna entre pré-candidatos

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 Foto: Felipe Rau/Estadão

Com o PSDB atravessando seu pior momento de divisão interna, não foi surpresa que o debate entre os candidatos nas prévias presidenciais exibisse claramente essa cisão. Favoritos na disputa, os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) se fustigaram abertamente e mostraram que o partido enfrentará grandes dificuldades para chegar unido na disputa pelo Planalto em 2022.

A verdade é que essa divisão reflete a implosão interna do partido causada pela péssima campanha eleitoral de 2018, quando Geraldo Alckmin não passou de 5% na disputa e viu os tradicionais eleitores tucanos migrarem de mala e cuia na direção de Jair Bolsonaro. Agora, o plano de atrair esse eleitorado de volta esbarra justamente na dificuldade dos tucanos de mostrar suas diferenças para Bolsonaro.

Até porque Doria e Leite apoiaram abertamente Bolsonaro no segundo turno contra o petista Fernando Haddad. Ambos se declaram hoje arrependidos do movimento feito. Mas o problema é que dentro do PSDB essa realidade é um pouco diferente. Tanto que os deputados aliados do governador gaúcho apoiaram em peso a votação da PEC dos Precatórios na Câmara. Além de furar o teto de gastos, a medida é vista como eleitoreira, já que permite que Bolsonaro consiga os recursos necessários para bancar o Auxílio Brasil e se fortaleça entre os eleitores mais pobres.

No debate promovido pelo Estadão, Leite teve de explicar, quase constrangido, porque seus aliados deram votos importantes para que o governo tivesse essa vitória importante. Apesar de ter se manifestado pessoalmente contra a PEC, Leite não conseguiu impedir que os deputados da bancada gaúcha votassem a favor do texto do governo nos dois turnos da votação. Além disso, coordenadores de sua campanha nas prévias, como o deputado Aécio Neves (MG), também endossaram a PEC.

Doria soube aproveitar no debate esse flanco aberto pelos aliados do governador gaúcho. Com os votos da bancada paulista fechados contra a PEC, Doria carimbou a proposta de “prática execrável e condenável”. “Somos partido de oposição e não partido de adulação”, disparou o tucano paulista.

Se no debate a crítica pode fazer efeito, fora dele serve apenas para expor como o PSDB enfrenta dificuldades para falar a mesma língua. Desde 2018, boa parte dos tucanos se acostumou a colocar um pé na canoa do governismo de Bolsonaro. Seja apoiando suas propostas, seja garantindo verbas e cargos do governo. Apesar de o comando nacional do PSDB declarar que faz oposição ao governo, na prática há muitos tucanos que não veem o menor problema em desfilar de mãos dadas com o bolsonarismo quando lhes convém.

É esse o principal desafio que o candidato tucano escolhido pelas prévias vai enfrentar assim que a escolha do presidenciável for definido. Precisará não apenas colar os cacos dessa disputa, mas conseguir que a maioria expressiva do partido reme na mesma direção na disputa contra Bolsonaro. Mesmo que isso signifique reunir a sigla em torno de uma outra candidatura de terceira via de fora da legenda que eventualmente se mostre mais competitiva que o nome escolhido pelos tucanos. Sob pena de repetir o desempenho medíocre de 2018 e comprometer o futuro político do PSDB.

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