Auditores da Receita dizem que só Bolsonaro pode parar a greve

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mauro Silva, presidente da Unafisco Nacional (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), disse ontem que a greve do órgão, prevista para começar hoje, pode ser resolvida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) “rapidamente”. Os servidores protestam contra cortes no Orçamento da Receita para 2022, reclamam da falta de regulamentação de um bônus e acusam o governo e o Congresso de tirar dinheiro da Receita para dar aumento de salário a policiais.

“A solução está nas mãos do presidente Bolsonaro. Tem um decreto lá nas mãos dele, com minuta pronta, basta que ele assine e oriente para o cumprimento para que as receitas orçamentárias — que eram da Receita e foram retiradas — retornem”, disse Silva ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.

Segundo ele, nos próximos dias, é possível que todo o fluxo da Receita Federal pare de funcionar, inclusive o de atendimento, em razão da falta de assinaturas de chefes que pediram demissão em meio à debandada do órgão.

Inicialmente, explicou, a greve do órgão será sentida no setor de cargas e sem reflexo na área de passageiros, mas isso pode mudar se o movimento de paralisação prosseguir, pois mais de 600 auditores deixaram seus cargos.

Silva declarou que não foi apenas o reajuste para os policiais federais que causou a mobilização para a greve. Ele disse que o aumento de salário para essa categoria aconteceu com o uso de recursos retirados da Receita.

De acordo com o presidente da Unafisco Nacional, auditores da Receita também têm um acordo com o governo federal que não foi cumprido desde 2016.

“Não só isso o que aconteceu [reajuste a policiais]. Na hora da negociação do Orçamento, os recursos que precisaram ser realocados foram retirados justamente do orçamento da Receita Federal. Eu acho que o principal ponto que levou a essa ‘combustão’ foi não só a retirada de recursos para o reajuste de uma só categoria da área policial, mas ter tirado os recursos de um órgão arrecadador. Aí a sensação de desrespeito com a administração tributária chegou ao limite e levou a essa situação. Já havia a sensação de que a paciência havia esgotado. Aí você tira os recursos, e a pressão chega ao limite.”

O presidente da Unafisco finalizou dizendo que o objetivo da paralisação não é prejudicar os cidadãos que precisam do funcionamento dessas atividades, mas sim “preservar um órgão como a Receita Federal, que precisa continuar trabalhando”.

A debandada de mais de 600 servidores da Receita Federal pode causar um colapso nas atividades do órgão, avaliam especialistas ouvidos pelo UOL.

O advogado especialista em direito administrativo e direito civil Marco Berberi diz que a renúncia aos cargos de chefia e direção altera a rotina de trabalhos da Receita. Para ele, a saída de profissionais da chamada elite do serviço público é apenas a primeira consequência. Por serem concursados, os servidores deixam os cargos de chefia, mas permanecem na Receita.

A declaração de bens em aeroportos, por exemplo, pode ficar mais demorada. “Vejo um indicativo de padronização nas alfândegas. Todos que chegarem ao Brasil passariam por operação padrão de verificação de mercadoria e carga trazida do exterior. Tudo e todos seriam parados”, diz. A operação padrão poderia provocar filas nos aeroportos.

Ele também aponta efeitos na Receita, de forma geral. “O dia a dia pode ficar mais lento quando os processos precisarem de uma decisão final. A execução orçamentária começa assim que acaba recesso de fim ano, com a abertura do ano fiscal. Lentidão nesse caso significa demora na execução do orçamento”, avalia. “Em termos gerais, pode acontecer um colapso na Receita Federal.”

Segundo Berberi, a renúncia dos servidores pode motivar outros funcionários a seguir o mesmo caminho, uma vez que “é um movimento que envolve, se não todos, a grande maioria.”

Uol  

Assinatura
CARTA AO LEITOR

O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.

No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog

FORMAS DE DOAÇÃO

1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br

2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única

DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf

DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf