Cremesp critica prontuários da Prevent Senior

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Foto: Richard Lourenço / Rede Câmara

O sistema de prontuário eletrônico da Prevent Senior não tem segurança e pode ser “manipulado”, afirmou a presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Irene Abramovich, em depoimento à CPI da Câmara Municipal de São Paulo nesta quinta-feira. Segundo ela, a fragilidade foi constatada em uma fiscalização feita em outubro e está sendo investigada por uma sindicância interna.

— O prontuário eletrônico é um sistema que não tem segurança, ou seja, pode ser manipulado — disse Abramovich, acrescentando que o sistema não permite identificar quais modificações foram feitas no prontuário do paciente, por quem e em qual horário.

A informação trazida pela médica foi considerada grave pelos vereadores, pois tanto a comissão quanto o Ministério Público de São Paulo utilizam os prontuários como provas para investigar se a empresa alterou informações como Cid, que é a classificação da doença.

— É responsabilidade do hospital um prontuário eletrônico com segurança, e não é o que estamos vendo. Há um risco muito grande para o paciente, pois os dados dele podem ser vazados. Além disso, um profissional pode assinar pelo o outro e também é possível mudar Cid, nome da doença, e tudo mais — disse Paulo Frange (PTB), relator da CPI.

Celso Giannazi (PSOL), vice-presidente da comissão, afirmou que é “inadmissível” um protocolo eletrônico não ter controle de acesso a dados e nenhuma rastreabilidade. Segundo ele, a CPI irá aprofundar as investigações sobre a denúncia e já convocou a empresa Techsallus, responsável pelo sistema de prontuário da Prevent, para prestar esclarecimentos.

Em nota, a Prevent Senior disse que o seu sistema de prontuários eletrônicos tem mecanismos de segurança para evitar alterações ou edições e alterações ou fraudes são impossíveis. Sobre as eleições para os cargos de diretores clínicos, afirmou que seguem as regras previstas e foram validadas pelo Cremesp.

Os vereadores da CPI também apontaram omissão do Cremesp que, durante a pandemia da Covid-19, realizou apenas duas fiscalizações nas unidades da Prevent Senior, uma delas em abril de 2020, quando não constatou nenhuma irregularidade, e outra no último mês de outubro, que gerou a abertura de 25 sindicâncias.

A presidente do Cremesp alegou que não é possível fiscalizar tudo ao mesmo tempo e por isso o órgão precisou “priorizar” alguns locais, como os hospitais de campanha. Única depoente que falou à CPI sem máscara, o que é proibido na Câmara, a médica disse estar “amarrada” a códigos, prazos e questões jurídicas.

— São 40 conselheiros para 180 mil médicos. 40 conselheiros não dão conta — disse Irene, que depois negou a necessidade de ampliar sua equipe.

Convidado para depor, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM) alegou incompatibilidade de agenda para faltar à comissão nesta quinta-feira. Em carta enviada aos vereadores, ele ainda diz que o depoimento da presidente do Cremesp deve ser suficiente para sanar todas as dúvidas. A justificativa foi mal recebida pelos integrantes da CPI, que fizeram um novo convite para fevereiro do ano que vem. Caso haja outra negativa, ele pode ser convocado oficialmente.

A CPI também ouviu Fabio Tadeu Frigi, diretor executivo da Master Express, empresa responsável por fazer a entrega de medicamentos da Prevent Senior. Frigi afirmou ter distribuído 25 mil “pacotes” de medicamentos a pacientes da empresa entre abril de 2020 e abril deste ano.

Apesar de não confirmar se as remessas se tratavam do kit Covid, ele disse que os pacotes eram padronizados e entregues a beneficiários contaminados com coronavírus. O volume variou de acordo com os meses. Em abril, eram 300, mas em alguns meses o número superou 3 mil.

O Globo 

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