Eleitor evangélico acha que esquerda o odeia
Foto: Reprodução
O antropólogo Juliano Spyer disse, na live Jornalistas e Etc de hoje, no Canal UOL, que o eleitor evangélico não tem importância ou é visto como inimigo pela esquerda brasileira. Autor do livro “Povo de Deus, quem são os evangélicos e por que eles importam?”, o etnólogo afirmou que os setores progressistas do país veem os protestantes como fanáticos e mercadores da fé.
Spyer cita o episódio em que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) chamou o líder da Igreja Universal, o bispo Edir Macedo, de “charlatão” durante as eleições de 2018. Segundo o antropólogo, a fala do petista causou impacto entre os evangélicos, que começaram a ver a esquerda como “aquela que não gosta” deles.
“Tenho ouvido isso ainda, essa percepção em relação, por exemplo, ao presidente Lula [Luíz Inácio Lula da Silva], de evangélicos pobres falando ‘o Lula fez realmente coisas boas para o pobre. No entanto, acho que a esquerda não gosta da gente, e nós não nos sentimos mais do que uma população com votos que, tão logo, o candidato A ou B tenha sido eleito, a gente não vai continuar sendo representado'”, diz Spyer à colunista do UOL Thaís Oyama.
O etnólogo também comentou a forte ligação entre os evangélicos e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Tenho a impressão de que essa defesa, de que as mulheres e homens evangélicos continuam fazendo em favor do presidente Bolsonaro, tenha a ver principalmente com o fato de ele ainda hoje ser o único político dentre os que se colocam como candidatos à eleição presidencial no ano que vem que defende de uma forma incondicional os valores dessa pauta moral, que é tão importante para o público evangélico
Juliano Spyer
Apesar do alinhamento entre Bolsonaro com os evangélicos, a última pesquisa Datafolha, realizada entre 13 e 15 de dezembro, apontou que o ex-presidente Lula (PT) é visto como o melhor presidente da história do Brasil para 43% do grupo, enquanto o atual presidente, para 19%.
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