Pesquisa por telefone mostra Lula com 40% e Bolsonaro com 30%
Foto: Reprodução/ Poder360
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 40% dos votos em 1º turno contra 30% de Jair Bolsonaro (PL) se as eleições fossem hoje. O dado é de pesquisa PoderData realizada de 19 a 21 de dezembro de 2021.
Os 2 são seguidos pelo ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (Podemos), que marca 7%, tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), com 4% cada. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Para vencer no 1º turno, Lula teria de ter mais do que a soma de seus adversários. Hoje, os candidatos têm 49%.
Há 1 mês, Lula pontuava 34% em um cenário ligeiramente diferente –na época, o PoderData testava os nomes de Luiz Mandetta (DEM) e Cabo Daciolo (Brasil 35), que depois deram indicação de que devem ficar de fora da corrida pelo Planalto. Nesta rodada, foram incluídos 2 novos pré-candidatos: Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante).
A pesquisa foi realizada por meio de ligações para telefones celulares e fixos. Foram 3.000 entrevistas em 494 municípios nas 27 unidades da Federação de 19 a 21 de dezembro de 2021.
Para chegar a 3.000 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas.
Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
A última rodada do PoderData do ano indica que Lula e Jair Bolsonaro seguem isolados no cenário de 1º turno, com os candidatos da chamada “3ª via” bem atrás.
DIVERGÊNCIAS EM PESQUISAS
Nas últimas semanas, diversas empresas têm divulgado pesquisas com resultados distintos. As diferenças de metodologia (pesquisa pessoal, face a face, por telefone, com voz gravada etc.) explicam as divergências entre os resultados. O PoderData faz os seus levantamentos por telefone. O entrevistado atende a ligação, ouve as perguntas gravadas (sempre com a mesma voz) e responde teclando os números do aparelho.
Sobre isso, o Poder360 destaca 2 casos ilustrativos:
Marina Silva (Rede) em 2018 – em abril daquele ano, a então candidata da Rede pontuava na redondeza de 15% em levantamentos feitos com a metodologia face a face (entrevistas pessoais) e 5% em algumas pesquisas do PoderData (estudos feitos por telefone, com perguntas gravadas).
A discrepância se deu em parte pelas metodologias: nas entrevistas pessoais, face a face, eleitores sentiam possivelmente receio em revelar o voto e declaravam preferir Marina. É que muitas pessoas às vezes ficam constrangidas e não gostam de dizer que não sabem em quem vão votar. Acabavam escolhendo Marina como uma espécie de “pit stop”, mas não se tratava de um voto firme nem definido. Em pesquisas por telefone, essa resposta disfarçada acontecia com uma intensidade menor.
Ao longo do processo eleitoral de 2018, a intenção de voto em Marina Silva foi evanescendo. O PoderData captou esse movimento antes. No 1º turno, Marina acabou com apenas 1% nas urnas.
Trump em 2020 – o presidente dos Estados Unidos foi derrotado por Joe Biden por uma diferença de votos menor do que as pesquisas indicavam. Trump, como se sabe, é um político controverso. Ele provoca reações efusivas de apoiadores e adversários. Pouco menos de 1 mês antes da eleição, a revista “The Economist” publicou artigo (link para assinantes) antecipando uma possível diferença entre pesquisas e urnas, apontando o fenômeno “differential partisan non-response” –segundo o texto, “quando o candidato que você apoia está indo mal, você está menos propenso a responder à ligação de um pesquisador”.
Em suma, nas pesquisas de intenção de voto é necessário considerar quem faz o estudo, qual a metodologia, o momento pelo qual passa o país e se isso provoca algum viés no eleitor/entrevistado que responde.
Muitas vezes, uma empresa de pesquisas tem dificuldades para encontrar pessoas simpatizantes de um determinado candidato a revelar o voto. E o mais importante de todas as ressalvas: se adotam uma metodologia rígida, todas as pesquisas estão corretas. Apenas captam sinais de forma diferente.
DESTAQUES DEMOGRÁFICOS
Entre os homens, 37% votam em Jair Bolsonaro. Dentre as eleitoras mulheres, 44% escolheriam Lula. No recorte por idade, 39% dos que têm 60 anos ou mais votariam no atual chefe do Executivo, enquanto o petista tem 44% dos votos entre aqueles de 25 a 44 anos.
Bolsonaro tem seu melhor desempenho na região Norte, com 40% dos votos. Empata tecnicamente na margem de erro com Lula, que tem 44%. No Nordeste, Lula pontua 51% –seu melhor resultado regional.
Já quando considerada a escolaridade, 13% dos que cursaram ensino superior votariam em Sergio Moro. Entre aqueles que estudaram até o ensino médio, 35% votam em Bolsonaro.
Analisada a faixa de renda dos entrevistados, 52% dos que ganham até 2 salários mínimos votam em Lula e 50% dos que ganham de 2 a 5 salários mínimos votam em Bolsonaro.
Nos cenários de 2º turno, Lula vence contra todos os candidatos. Em todos os cenários testados, contra Bolsonaro, Moro, Ciro ou Doria, o petista tem intenção de votos próxima de 50% e vantagem de pelo menos 20 pontos.
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No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.
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