União Brasil usará fundo bilionário para eleger parlamentares e governadores
Foto: Reprodução
De olho em 2022 e com fundo eleitoral em quase R$ 1 bilhão, o União Brasil, partido em fase de criação e oriundo da unificação do DEM e do PSL, terá como foco principal as eleições para a Câmara dos Deputados e governos estaduais.
O presidente da futura sigla, Luciano Bivar, afirmou ao Congresso em Foco que as conversas sobre a corrida presidencial ainda estão em costura e que a preocupação, neste momento, é construir as bases para formar uma bancada representativa e eleger governadores.
“Nós estamos nos amoldando. Não só o União Brasil, mas também o PT. Nenhum dos partidos tem certeza de quem será seu candidato”, disse.
Ainda de acordo com o presidente, a legenda terá como tom de discurso a reestruturação econômica do país e se pautará pelo viés liberal e projetos sociais.
“Nós pretendemos ter uma pauta efetivamente liberal, mas dentro de um estado público que caiba todos os programas sociais. Isso é a razão de ser União Brasil. Liberal não só na política, mas nos costumes e na economia”, afirmou Bivar.
A expectativa é de que o novo partido tenha a homologação definida em fevereiro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Visamos fortalecer a presença do partido pelo Brasil para que assim possamos viabilizar a retomada da economia através do resgate das pautas liberais e sociais que o partido tanto vem defendendo. A eleição presidencial é claro que faz parte de tudo isso, mas ela representa apenas um braço de todo o projeto que o União Brasil tem para o nosso país”, acrescentou o deputado Bozzella, atual líder do PSL na Câmara.
O novo partido ainda vislumbra a possibilidade de compor uma chapa com o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, filiado ao Podemos. Dirigentes da União pretendem lançar um nome para ser vice de Moro em 2022, o que ainda não há consenso. Entre os cotados para assumir o posto estão o próprio presidente da sigla, Luciano Bivar e Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde.
Os partidários do Podemos e União devem se reunir na primeira quinzena de janeiro para que haja novas negociações acerca da possível chapa ou apoio nas eleições.
Legislativo
Atualmente, a União Brasil reúne a maior bancada de deputados na Câmara com 81 parlamentares. Isso porque em 2018 o partido do PSL foi abrigo do presidente Jair Bolsonaro e formou 52 deputados. Antes, a sigla só tinha um parlamentar na Casa. Enquanto o DEM, elegeu mais 8 cadeiras e passou para 29 deputados.
A projeção para 2022 é de que a União Brasil espera eleger pelo menos 70 deputados federais e 8 senadores.
O tamanho das bancadas eleitas na Câmara é o que define a distribuição de recursos públicos para as campanhas eleitorais. Sendo assim, União também será o maior beneficiado de verba para investir nas eleições de 2022, ao todo, a soma chega a quase R$ 1 bilhão dos fundos eleitoral e partidário.
O montante refere-se aos R$ 604 milhões do PSL e R$ 341,7 milhões do DEM.
Apesar da alta expectativa para as eleições do próximo ano, o partido ainda prevê uma debandada de filiados quando abrir a janela partidária – período de mudança de partido – para seguir o chefe do Executivo, uma vez que não irá apoiar a reeleição de Bolsonaro.
O partido também não descarta a possibilidade de formar federação com outras siglas. “É possível que alguns partidos que queiram federar-se conosco serão bem-vindos. Tenho boas conversas com o Baleia Rossi [MDB] e tenho admiração pela Simone Tebet e por todas aquelas grandes lideranças do MDB”, disse Bivar.
Outro foco da legenda está nos Estados. União pretende firmar entre entre 10 a 12 candidatos a governos estaduais em 2022, alguns à reeleição. Entre eles, Ronaldo Caiado no Goiás, ACM Neto na Bahia, Capitão Wagner no Ceará.
O União Brasil
União Brasil é o resultado da junção de dois partidos: DEM e PSL, antiga sigla do presidente Jair Bolsonaro. Uma vez unidos, o presidente do PSL, Luciano Bivar, ficou também com a diretoria da nova sigla. ACM Neto, presidente do DEM, abriu mão do cargo para sair como candidato a governador da Bahia.
Apesar de ter dirigentes ex-aliados de Bolsonaro em 2018, o novo partido também diz que não prevê estar junto do presidente nos palanques de 2022. “Não temos possibilidade de estarmos juntos em um palanque”, frisa Bivar.
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