Bolsonaro pode ter se envolvido no golpe de Estado na Bolívia

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Foto: Reprodução/Plurinacional

“Olha o que aconteceu com Jeanine (Áñez), eu estive pessoalmente com ela, ela é uma pessoa muito legal”, foi assim que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, falou em um programa oficial, sobre o ex-presidente (de fato), que nesta quinta-feira negou ter mantido qualquer encontro pessoal com Bolsonaro.

Em contato com o canal estatal Bolivia Tv, o jornalista brasileiro Daniel Oiticica divulgou o vídeo em que Bolsonaro fala sobre o encontro pessoal com Áñez.

O programa do presidente foi transmitido em 29 de julho de 2021 e, segundo o jornalista, foi difícil encontrá-lo porque foi retirado ou editado.

Por meio de uma declaração pública, Áñez sustentou: “A ex-presidente solicitou que a defesa expresse enfaticamente que nunca teve um encontro pessoal com o senhor Jair Bolsonaro e muito menos usando o avião presidencial para gerar ações que ameacem a segurança interna de nosso Estado (… ) nem antes nem durante o período de seu mandato presidencial.”

A posição surgiu após o jornal argentino Pagina 12 revelar a declaração do presidente brasileiro, mas sem especificar a data e o local. Além disso, informou voos para o Brasil pelo avião presidencial boliviano FAB-001.

O jornalista Oiticica encontrou e divulgou o vídeo da declaração após, segundo ele, ter revisado uma série de matérias do programa oficial do presidente Bolsonaro.

O procurador-geral, Juan Lanchipa, informou que a denúncia de viagens ao Brasil será investigada.

Carolina Ribera, filha do ex-presidente na prisão, entrou no debate e questionou o ministro do Governo, Eduardo del Castillo.

“Del Castillo, você é um bicha… e um canalha! Você tem algumas horas até me ver cara a cara e provar sua denúncia contra minha mãe sobre o encontro com Bolsonaro antes de ela se tornar presidente”, escreveu ela em suas redes sociais.

Del Castillo afirmou na terça-feira que Áñez “deve se preparar para responder sobre seu relacionamento com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que confirmou reuniões com ela”, depois que o ex-presidente garantiu que a autoridade a reconheceu como presidente em 2019.

Daniel Oiticica, jornalista brasileiro-argentino, revelou o vídeo em que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirma que se encontrou com a ex-presidente de fato Jeanine Añez. As imagens foram transmitidas ontem à noite no programa Primer Plano da TV Bolívia.

Em entrevista exclusiva à mídia, o repórter disse que o vídeo foi carregado nas redes sociais via Life, uma transição ao vivo que dura entre uma hora e uma hora e meia, onde Bolsonaro comenta diversos temas.

O investigador explicou que tentaram deletar o vídeo das redes, a ponto de levar 26 horas de intensa busca para encontrar a parte em que o presidente brasileiro admite ter se encontrado pessoalmente com o ex-presidente de fato.

A Vida em que Bolsonaro falou sobre Añez foi transmitida em 29 de julho de 2021, e a imprensa brasileira a descreveu como uma ‘bomba salva-vidas’, pois nela o Presidente do Brasil criticava o sistema eleitoral no Brasil e se referia a Lula da Silva. Nessa transmissão, Bolsonaro diz que “os comunistas” voltaram para a Bolívia, e pede para ver quem Lula apoia, e nesse contexto ele se refere a Añez, informou Oiticica.

O jornalista, do Rio de Janeiro, também declarou que fez um trabalho de maratona, pois procurou o vídeo por mais de 26 horas e finalmente encontrou a imagem em que Bolsonaro chega a confessar que conheceu pessoalmente o presidente do regime golpista.

“Olha o que aconteceu na Bolívia, olha o que aconteceu com a Jeanine, eu estive pessoalmente com ela, ela é uma pessoa muito legal; olha, olha e pensa, isso não tem semelhança com o Brasil?”, diz ele no vídeo que foi transmitido em 29 de julho de 2021.

Por meio de seus advogados, a ex-presidente Jeanine Añez negou que durante seu governo tenha se encontrado com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e tenha usado o avião presidencial para viajar para aquele país.

O analista Hugo Moldiz garantiu que o objetivo era encerrar um dos processos políticos mais importantes da América Latina nos últimos anos.

Os governos de Jair Bolsonaro, do Brasil; Lenin Moreno, do Equador; e Mauricio Macri, da Argentina, apoiou a direita boliviana antes e depois da quebra da ordem constitucional, do golpe e da imposição do regime de fato com Jeanine Añez.

Em declarações ao programa Primer Plano, da TV Bolívia, ele explicou que antes do golpe havia um bloco internacional ativo que preparou o golpe de 10 de novembro de 2019.

Ele destacou que, em meados de 2019, Jorge Tuto Quiroga, da Ação Democrática Nacionalista (ADN), e o então presidente do Comitê Pró-Cívico de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, viajaram ao Brasil e à Colômbia para marcar uma consulta com a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre se a reeleição não é um direito humano para invalidar a candidatura de Evo Morales e ao mesmo tempo posicionar a tese de suposta fraude eleitoral.

“Era um bloco (internacional) muito ativo; Camacho e Tuto Quiroga naquela época eram unhas fazendo visitas e encontros no campo internacional”, disse.

Moldiz especificou que em um segundo momento, após o golpe, Equador e Argentina forneceram o regime de fato de Jeanine Añez e seus aliados Carlos Mesa da Comunidade Cidadã (CC), Tuto Quiroga da DNA, Samuel Doria Medina da Unidade Nacional ( ONU) e os membros cívicos Luis Fernando Camacho e Marco Antonio Pumari armas letais e não letais para reprimir a população, que em novembro de 2019 ceifou a vida de 38 pessoas em Pedregal, Sacaba, Senkata, Montero e Betanzos.

“É claro o apoio do Brasil, Equador e Argentina aos golpistas antes e depois do golpe. (…) O que a revelação da Página 12 faz é confirmar o que já havia sido denunciado (…) hoje os fatos mostram que houve toda uma conspiração nacional e internacional contra o presidente Evo Morales, contra o Processo de Mudança e contra democracia”, afirmou.

Sobre a admissão de Jair Bolsonaro de ter se encontrado secretamente com Jeanine Añez, Hugo Moldiz disse que tudo indica que Añez se encontrou com Bolsonaro antes da autoproclamação ilegal de 12 de novembro de 2019, porque o avião presidencial FAB-001 foi transferido para o Brasil.

“O que deve ser investigado é se o avião presidencial estava com a senhora Añez ou com quem, mas está claro que eles não foram tomar um café com Bolsonaro ou com autoridades brasileiras. É claro que eles foram coordenar como parte dessa conspiração internacional que resultou no golpe de estado de novembro de 2019″, disse ele.

O analista expressou sua confiança de que, apesar da lentidão da investigação, a justiça será feita às vítimas devido à descoberta de novos fatos sobre a preparação, desenvolvimento, ruptura da ordem constitucional e, posteriormente, o golpe de Estado.

“Não foi um evento isolado, insisto que na Bolívia estava sendo realizado um plano piloto para estabelecer ‘uma democracia excepcional’, não uma ditadura militar típica, mas um governo que nasce da participação ativa das Forças Armadas e do Polícia para banir a principal força política do país e seus líderes”, especificou o analista.

Por fim, Moldiz deixou claro que Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Argentina, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, tinham interesses específicos que os aproximavam com o objetivo de encerrar um dos processos políticos mais importantes da América Latina em últimos anos. anos.

Após 26 horas de intensa busca, o jornalista internacional Daniel Oiticica encontrou a gravação em que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, “confessa, de passagem, que conheceu pessoalmente a presidente do fato Jeanine Añez” .

O jornalista, entrevistado no programa “Primeiro Plano” da TV Bolívia, encontrou e divulgou uma gravação de Bolsonaro de 29 de julho de 2021 em que admite seu encontro com o ex-presidente de fato.

Semanalmente, Bolsonaro realiza uma “vida”, ou seja, uma transmissão ao vivo nas redes sociais que dura entre uma hora e uma hora e meia.

A “vida” em que Bolsonaro falou sobre Añez foi transmitida em 29 de julho de 2021 e a imprensa brasileira a descreveu como uma “bomba salva-vidas”, pois nela o presidente do Brasil criticava o sistema eleitoral de seu país e se referia a Lula da Silva.

Nessa transmissão, Bolsonaro diz que “os comunistas” voltaram para a Bolívia e pede para ver quem apoia Lula. E nesse contexto se refere a Jeanine Añez, contou Oiticica.

A gravação da conferência de Bolsonaro encontrada pelo comunicador, indica textualmente: “Olha a ex-presidente da Bolívia, Jeanine, estive pessoalmente com ela, ela é uma pessoa muito legal, está na cadeia. Você sabe qual é a acusação? Atos antidemocráticos (…)”, indica o presidente do Brasil.

Sobre o encontro secreto entre Bolsonaro e Áñez, o jornal argentino Página 12 indicou em sua edição de 17 de janeiro de 2022: Eu estive com ela uma vez, é uma pessoa legal que está presa’. Para depois acrescentar, com raiva, ‘você sabe qual é a acusação contra ela? (tendo cometido) atos antidemocráticos’».

O formulário acrescentou que “o possível encontro pode ser a ponta de uma meada onde conspirações, voos clandestinos, fuga de ministros e talvez entrega de armas se enredem”.

Segundo o analista e ex-ministro do Governo, Hugo Moldiz, a reunião confidencial Bolsonaro-Áñez e os voos da aeronave presidencial FAB-001 para o Brasil antes e depois da ex-presidente de fato se proclamar, mostram não apenas uma conspiração internacional em 2019 mas a existência de um “governo sombra” que decidia, reprimia e perseguia.

Os advogados de Áñez, nesta quinta-feira, disseram que esta reunião Áñez-Bolsonaro não ocorreu.

Plurinacional

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