Policiais são investigados por combater fascismo
Foto: Pablo Jacob
Veja essa história. Dois agentes da Polícia Militar do Espírito Santo são alvos em investigações preliminares sumárias pela participação no grupo “Policiais Antifascistas”.
Em 2021, ambos deram entrevistas criticando a política do confronto adotada pela corporação, além da intenção do presidente Jair Bolsonaro de armar a população.
Os casos são analisados pela Corregedoria Militar da PM do ES, que pode punir os agentes. O capitão Vinicius Souza prestará depoimento amanhã, enquanto o cabo cabo Vinicius Querzone será ouvido no dia 21.
“O contexto de abertura de procedimento apuratório em seu desfavor contempla um viés arbitrário, vez que suas ações e falas tratam-se tão somente do exercício do Direito Constitucional de livre expressão do pensamento”, consta no primeiro interrogatório de Vinícius, em 14 de dezembro, à Corregedoria.
O advogado André Perecmanis, que representa os policias, destaca que as investigações ferem determinação superior.
“Na realidade, as investigações violam decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal e têm como objetivo criminalizar um movimento absolutamente legítimo, que congrega militares de diversas esferas”, explica o advogado.
Perecmanis aproveita para levantar uma questão:
“Chega a ser curioso ver que, enquanto policiais militares são investigados apenas por exporem suas opiniões, o General Pazuello não tenha sofrido qualquer reprimenda por subir em um palanque e fazer campanha política”.
Eduardo Pazuello, militar da ativa do Exército, participou de ato político organizado em favor do presidente Jair Bolsonaro, em maio de 2021, sem receber qualquer punição.
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