Secretária do governo Bolsonaro experimenta machismo bolsonarista

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Foto: Presidência da República/Divulgação

É possível que Flávia Arruda saia da chefia da Secretaria de Governo de Jair Bolsonaro antes de comemorar o aniversário de 42 anos, no próximo dia 21. Vai depender de uma conversa com Bolsonaro, ainda sem previsão de saída da internação num hospital em São Paulo.

A ministra de Governo está sendo frita numa curiosa conspiração palaciana que une políticos da família presidencial a líderes de frações do MDB, do PP, do Republicanos e do seu partido, o PL.

Como ela, todos integram o Centrão, esteio parlamentar de Bolsonaro, cujo silêncio têm sido eloquente diante da evolução das intrigas na família, no Planalto e no Congresso nos últimos dois meses.

Flavia Arruda é nome de urna da ministra Flávia Carolina Péres, empresária, advogada, deputada-federal e provável candidata ao Senado em Brasília pelo PL.

Emprestou o sobrenome do marido, José Roberto Arruda, quando entrou na política sete anos atrás. Aconteceu numa emergência familiar, em 2014, quando a Justiça impediu a candidatura de Arruda, ex-governador do Distrito Federal, condenado por corrupção num caso conhecido como Mensalão do DEM.

No improviso da composição eleitoral, foi candidata a vice-governadora do DF, perdeu e se elegeu deputada-federal na maré bolsonarista de 2018. Passou dois anos na Câmara em comissões especializadas em direitos femininos. Virou ministra ano passado, quando Bolsonaro entregou o governo ao Centrão.

Como o antecessor na Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ela despacha parte das requisições de deputados e senadores do Centrão e da oposição no orçamento paralelo.

Estão previstos R$ 15 bilhões para este ano. Foram R$ 33 bilhões entre 2020 e 2021, mas sobre esse oceano de dinheiro público quase nada se sabe — “inexiste documentação”, informaram ao Supremo, por escrito, os presidentes do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PL-MG), e da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).

Parlamentares governistas se mostram impacientes com atrasos no financiamento federal de projetos que consideram relevantes nesta temporada eleitoral.

Há meses reclamam de pendências que somam R$ 500 milhões. Não se queixam de Bolsonaro nem de Paulo Guedes, guardião do caixa e do orçamento. Preferem culpar a chefe da Secretaria de Governo.

Na quinta-feira 9 de dezembro, ela atendeu um telefonema do senador amazonense Eduardo Braga. Aos 61 anos, 35 deles em mandatos eletivos, o líder do MDB cobrou as verbas atrasadas aos berros, insultando a ministra. Chorando, ela passou o telefone ao chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, com quem Braga conversou calmamente.

Ela comentou, horas depois: “O episódio, infelizmente, demonstra que o machismo atrasado ainda resiste às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira.”

Desde então, as críticas de líderes do Centrão só aumentaram. A partir do réveillon, as queixas sobre atrasos foram convertidas em “desrespeito”, na expressão mais suave usada por parlamentares governistas em conversas nas redes privadas.

O motivo: o ano de 2021 terminou com meio bilhão de reais pendentes e, pelas regras do orçamento, vai ser difícil recuperar essa dinheirama no plano fiscal para este ano.

Ninguém sabe explicar como e porque aconteceu, mas todos preferem culpar Flávia Arruda.

A única mulher no núcleo ministerial do Palácio do Planalto se tornou um alvo conveniente na crise que emerge entre os líderes do Centrão e Bolsonaro, candidato à reeleição fragilizado nas pesquisas de intenção de voto. “Já não é só pelos R$ 500 milhões”, ironiza um deputado governista.

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