Bancada da Bala escolheu novo chefão da PF
BRASÍLIA – O novo diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Márcio Nunes de Oliveira, tem uma relação extremamente próxima com o ministro da Justiça Anderson Torres e conta com o apoio da chamada “bancada da bala” do Congresso Nacional.
Ele atuava, desde 24 de abril do ano passado, como secretário-executivo do Ministério da Justiça, função responsável por substituir o ministro e assessorá-lo nos principais assuntos da pasta.
De perfil “discreto”, segundo os colegas do MJ, o delegado ganhou a “confiança” do presidente Jair Bolsonaro e o conquistou a bancada da bala assim que passou a integrar os quadros do MJ.
O recém-demitido diretor-geral da PF Paulo Maiurino tinha boa relação com Torres, mas nunca manteve essa amizade tão próxima como a relação entre Nunes e o ministro. A indicação de Maiurino era atribuída mais à influência de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com quem ele havia trabalhado, do que uma escolha direta de Anderson Torres.
Não é o caso de Márcio Nunes de Oliveira, que é de confiança total do ministro. Ele também passou a atuar como interlocutor do presidente junto à Bancada da Segurança Pública, também chamada de “bancada da bala”. O delegado cuidava, inclusive, de intermediar cafés da manhã entre o presidente e a bancada, para que o chefe do executivo ouvisse a demanda dos parlamentares. Por essa função, era costumeiramente elogiado pelos parlamentares da bancada, que constituem uma importante base de apoio do presidente.
O deputado Capitão Augusto (PL-SP) afirma que, no cargo, o atual DG terá todo o apoio da bancada.
– Terá nosso apoio total. É uma pessoa que conhece a fundo a instituição. É uma pessoa discretíssima,, não fica se ocupando nas redes sociais. Pessoa extremamente profissional – disse.
Antes de assumir como número dois da pasta da Justiça, Márcio foi superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal, cargo que ocupou de 2018 a 2021. Formado em Direito pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal, em julho de 2001, concluiu pós-graduação Direito Penal e Processual Penal na Universidade Cândido Mendes em 2004.
Na corporação, também foi chefe do Serviço de Análise de Dados de Inteligência Policial da Divisão de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas – SADIP, entre 2011 e 2013. Antes disso, entre 2019 e 2011, foi chefe do Serviço de Análise de Dados de Inteligência Policial da Coordenação-Geral de Repressão a Entorpecente e chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência de Polícia Federal em Goiá, entre 2004 e 2006.