Bolsonaro fecha o bico sobre guerra do amigo Putin
O presidente Bolsonaro e membros de seu governo decidiram que as manifestações do Brasil relativas à guerra entre Rússia e Ucrânia ficarão concentradas no Ministério da Relações Exteriores. Integrantes do Palácio do Planalto relataram à coluna que ficou acertado que concentrará os comunicados sobre o tema no chanceler Carlos França e o Itamaraty.
Todas as notas, no entanto, terão que ser avalizadas pelo presidente Bolsonaro. No texto divulgado nesta quinta-feira pelo Itamaraty, o governo não criticou diretamente o ataque russo sobre a Ucrânia, mas disse que o Brasil “apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão”. O comunicado só foi liberado depois de passar pelo crivo de Bolsonaro.
No início do mês, Bolsonaro se disse “solidário” à Rússia durante um encontro com o presidente Vladmir Putin. A avaliação de parte do governo é, apesar das criticas generalizadas sobre seu silêncio, o ideal é manter o presidente afastado do tema e a comunicação concentrada no chanceler, para evitar declarações desastrosas. Até o momento, Bolsonaro não se manifestou publicamente sobre o ataque russo à Ucrânia, na contramão de vários líderes mundiais.