Bolsonaro não apoia seu candidato em SP para não contrariar Centrão

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Foto: Alan Santos / Presidência da República

Candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao governo de São Paulo, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, não conseguirá repetir no estado a aliança de partidos do Centrão articulada por seu chefe no plano nacional. A menos de dois meses do prazo de filiação partidária, Tarcísio não sacramentou ainda nem a escolha da legenda para concorrer em outubro. Siglas como PL, PP e Republicanos, que deverão compor a chapa de Bolsonaro, são atraídas em São Paulo pela máquina do PSDB, que lançará ao Palácio Bandeirantes o vice-governador Rodrigo Garcia, com quem Tarcísio disputa o eleitorado de centro e de direita.

Se na disputa presidencial Bolsonaro atraiu o Centrão com a distribuição de emendas do chamado orçamento secreto e nomeações para cargos públicos, no maior estado do país o cenário é outro. A maior parte dos municípios depende da liberação de recursos do governo estadual, comandado pelo presidenciável João Doria (PSDB), fiador de Rodrigo Garcia. Os três principais partidos do Centrão, PP, PL e Republicanos ocupam atualmente postos na administração estadual.

São Paulo concentra um em cada cinco eleitores do país (31,9 milhões no total). Por isso, ter um palanque forte na disputa paulista é considerado fundamental na estratégia desenhada pelos presidenciáveis.

Republicanos e PP estão mais próximos de fechar apoio ao vice-governador Rodrigo Garcia. No PL, partido de Bolsonaro, a entrada do ministro da Infraestrutura é aguardada para os próximos dias. Mas lideranças da legenda em São Paulo afirmam que ele não contará com o engajamento da base partidária. A expectativa é que 80% dos 42 prefeitos paulistas do PL façam campanha para Garcia. A maior parte da bancada de sete deputados estaduais também planeja estar com o tucano.

O partido de Bolsonaro ocupa cargos no Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e no Departamento de Estradas e Rodagem (DER), que deve ter cerca de R$ 8 bilhões para investimentos neste ano.

O PL sempre esteve na base do governo Doria na Assembleia Legislativa e ajudou a aprovar projetos impopulares de interesse do governo estadual, como a reforma administrativa e o ajuste fiscal.

Vice-presidente nacional do PL, o deputado federal Capitão Augusto (SP) afirma que Tarcísio já está acertado com o partido. Segundo o deputado, a estratégia política será colar a imagem de Garcia na de Doria, que tem a gestão reprovada por 38% do eleitorado do estado, segundo o Datafolha de dezembro.

— Tarcísio vai desincompatibilizar no final de março e vem pelo PL. Até para aproveitar o prestígio do presidente e ter o mesmo número nas urnas. O Rodrigo (Garcia) vai ter dificuldade porque terá uma cruz pesada para carregar que é o Doria — afirma Capitão Augusto.

Além de tentar reverter a alta rejeição de Doria, Garcia terá que mostrar que é capaz de crescer nas pesquisas. No Datafolha de dezembro, ele pontua entre 6% e 8%, a depender dos outros competidores.

No PP, o presidente do diretório paulista da sigla, Guilherme Mussi, disse ao GLOBO anteontem que o apoio a Tarcísio ou Garcia será definido após a janela partidária, em março, mas que, pessoalmente, prefere ficar com o tucano.

No mês passado, Tarcísio mudou o seu domicílio eleitoral do Distrito Federal para São José dos Campos (SP).

Apesar do cenário traçado por lideranças do PL, o ministro tem mais simpatia por se filiar ao Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. Na sua avaliação, o potencial de crescimento da sigla é maior. Lideranças do Republicanos no estado, porém, também dizem preferir fazer campanha para Garcia.

Segundo aliados de Tarcísio, ele não se sente confortável em entrar no PL. O partido comandou o antigo Ministério dos Transportes, que cuidava das áreas que hoje estão sob o guarda-chuva da Infraestrutura. No período em que a legenda geria o ministério, entre 2003 e 2018, a pasta foi alvo de denúncias de corrupção.

Na semana passada, Tarcísio também se reuniu com o presidente do PTB de São Paulo, Otavio Fakhoury. Integrantes da sigla afirmam que a conversa foi “produtiva” e também têm esperança de filiar o ministro.

A decisão, porém, será tomada em conjunto com Bolsonaro. Em entrevista à “Band”, anteontem, Tarcísio confirmou a pré-candidatura:

— A única coisa definida é que eu realmente vou ser pré-candidato (ao governo de São Paulo). Não temos ainda nome de senador, não temos ainda nome de vice.

O ministro traçou, como opções para vice, perfis como um oficial da PM, um médico, um representante do agronegócio ou empresário.

Pré-candidato do Podemos à Presidência, Sergio Moro também deve enfrentar problemas com o seu palanque em São Paulo. O plano é lançar o deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei e integrante do MBL. Mas os 18 prefeitos da legenda no estado participaram, na semana passada, de um jantar com Garcia.

Embora a maior parte dos prefeitos adote uma postura discreta para evitar mal-estar com a direção nacional, o prefeito de Itapevi, Igor Soares, soltou uma nota em que diz que Garcia é “mais equilibrado” e já tem um trabalho consolidado. “Declaramos apoio ao Rodrigo, que tem ajudado muito os municípios paulistas. Nada contra a pré-candidatura do Arthur,” disse o prefeito.

Arthur do Val classificou o incidente como “afronta” e fez acusações contra Garcia. Apesar disso, descarta pedir punição aos prefeitos.

— O que acontece é que o PSDB sentiu que somos uma ameaça real. Isso aí é o Rodrigo Garcia comprando os prefeitos — afirma o deputado, sem apresentar provas.

Garcia não quis comentar as acusações. (*Da CBN)

O Globo 

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