Bolsonaro não tem líder no Senado há meses

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Foto: Arte/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) completa, na próxima terça-feira (15/2), dois meses sem um líder do governo no Senado Federal. O posto está vago desde 15 de dezembro do ano passado, após o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) entregar o cargo.

O ato foi uma resposta do emedebista à falta de apoio da própria base aliada governista na votação que conduziu o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) ao Tribunal de Contas da União (TCU). Bezerra teve apenas sete votos, ficando atrás do senador mineiro e da senadora Kátia Abreu (PP-TO), que tiveram 52 e 19 votos, respectivamente.

Na ocasião, nem mesmo o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) votou no líder do governo de seu pai. O liberal votou em Kátia, junto à bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Casa.

Desde a ruptura de Bezerra com Bolsonaro, o presidente e seus aliados trabalham nos bastidores para definir o nome que assumirá a liderança do governo, que funciona como ponte entre Executivo e Legislativo.

Compete ao líder defender as pautas de interesse do mandatário da República na Casa Alta do Congresso Nacional, além de atuar como um porta-voz de Bolsonaro entre os parlamentares.

Atualmente, cinco candidatos figuram entre os mais cotados para assumir o espaço aberto pelo emedebista. O preferido na disputa, contudo, é o atual líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO).

Conforme antecipado pelo colunista Igor Gadelha, Gomes é tido como alternativa mais plausível para substituir Bezerra no cargo de liderança no Senado.

Outros candidatos na disputa enfrentam resistência do Executivo por representarem bancadas pouco expressivas na Casa ou estarem em iminente saída do mandato para disputas eleitorais.

Por ser senador do MDB, maior sigla do Senado, Gomes tem forte articulação com os demais parlamentares do partido, além de participar das reuniões que definem os votos da bancadas. Por esse motivo, a solução mais fácil para Bolsonaro seria convencer o senador a acumular as duas lideranças governistas.

Outro nome forte nos bastidores para a liderança do governo é o do senador Marcos Rogério, de Rondônia. Recém-filiado ao partido do presidente, o Partido Liberal, o parlamentar ganhou destaque pela defesa do governo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, formada majoritariamente por senadores independentes e de oposição ao governo.

Rogério é próximo de Bolsonaro e já sinalizou que aceitaria o convite do presidente, assim que formalizado. Um problema, no entanto, parece demover o chefe do Executivo de colocá-lo no cargo: o liberal deixará o mandato em abril para se dedicar à campanha ao governo de Rondônia, posto que disputará sem o apoio do próprio mandatário do país.

No ano passado, o presidente, questionado por apoiadores, sinalizou que não apoiará Marcos Rogério para o governo rondoniense. Isso porque, segundo ele, há outros candidatos na disputa que também simpatizam com o Executivo federal.

Antes do governo sondar Marcos Rogério, o candidato mais perto de assumir a liderança era o suplente de Anastasia, Alexandre Silveira (PSD-MG). Ele, no entanto, declinou do convite do presidente. O motivo apontado por interlocutores do senador é a posição de independência da bancada do PSD no Senado em relação ao presidente.

A avaliação da sigla de Gilberto Kassab é que não pegaria bem à legenda ter um senador defendendo os interesses do governo federal, quando o próprio partido busca lançar nas eleições um nome alternativo ao de Jair Bolsonaro na Presidência. Atualmente, este nome é o de Rodrigo Pacheco (MG), presidente do Senado. Ele não descarta, contudo, abandonar a disputa antes mesmo do início das campanhas, após baixo desempenho nas pesquisas eleitorais.

Outro ponto que pesa contra Silveira é sua pouca experiência no Senado. Por ser recém-chegado à Casa, entende-se que o senador não seria capaz de convencer e mobilizar demais parlamentares a votarem em favor do governo.

Outro nome que esteve no radar das negociações do governo federal com senadores é o de Márcio Bittar (PSL-AC). Entretanto, hoje, a vontade do senador em assumir a liderança é maior que as próprias chances de que isso ocorra.

O maior obstáculo para Bittar é a baixa representatividade de sua bancada no Senado, que conta com apenas mais uma parlamentar: a senadora Soraya Thronicke (MS). Antes, o senador era filiado ao MDB, partido com maior influência na Casa, mas deixou a sigla após ser criticado por colegas de bancada justamente pelo seu alinhamento com Bolsonaro.

O Palácio do Planalto avalia que Bittar não tem a influência necessária para conseguir defender o Executivo nas votações. Prova da dificuldade do senador para angariar votos é o fracasso governista em fazer andar a privatização dos Correios no Congresso Nacional. Coube a Bittar relatar o PL de desestatização da empresa.

Ex-presidente do Senado, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) está longe de ter a melhor relação com Bolsonaro. Próximo do presidente em outros momentos, o parlamentar viu o relacionamento com o presidente estremecer após ter travado a sabatina do ex-advogado-geral da União André Mendonça para o cargo de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Alcolumbre se considerava próximo do presidente, mas achou que a indicação de Mendonça teria descumprido uma promessa política feita pelo mandatário a ele. O senador amapaense chegou a trabalhar nos bastidores para que o nome do ex-AGU fosse rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Apesar da relação desgastada, Bolsonaro cogitou convidar o senador para ser o novo líder do governo. Na ocasião, Alcolumbre não chegou a responder à sondagem, mas externava a vontade de declinar do convite.

Metrópoles  

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